Jornal Estado de Minas

TEMPOS MODERNOS?

Vivo outra novela, agora para ligar as extensões telefônicas domésticas

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Leitor desta coluna já deve não estar aguentando mais a minha disputa para ter o telefone fixo funcionando. Já ima- ginaram eu, que praticamente há dois meses pelejo para arrumarem meu apa- relho? Quem sabe que estou incomunicável por telefone tem só a imagem da minha implicância. Devem pensar: por que ela não resolve definitivamente o caso comprando um celular?.





Pois respondo que fui das primeiras pessoas a comprar um, nesta cidade. Custava CR$ 260, tinha o tamanho e quase o peso de um tijolo. Usei por anos e anos, aqui e no exterior, até que meu marido morreu, em 2014, e quebrei meus laços com esse tipo de comunicação.

Poderia até comprar um novo, se ele servisse apenas para funcionar como telefone fixo, para receber e fazer chamadas. Acontece que, atualmente, o aparelhinho virou alter ego das pessoas. Naquela telinha, aparece tudo isso e o céu também, aceitaram mesmo criar uma nova vida ali. Acho um espanto total. As famílias brasileiras, que cultivavam tanto a reserva, jogaram no brejo tudo o que gostavam de preservar e expõem sua vida naquele aparelho.

Aliás, o celular criou um tipo de grosseria insuportável. Quem ainda não recebeu hóspedes ou visitas que passam o tempo todo consultando tudo no aparelhinho? Para mim, é falta de educação. Porém, de acordo com a cultura da exibição total, trata-se apenas de uma postura moderna.





Voltando ao meu telefone fixo, contei aqui que a Oi mandou um técnico para consertar minha linha, ele veio, contou o que era, colocou uma parte dos telefones (tenho quatro extensões) funcionando. Dois dias depois, ficaram mudos e assim continuaram.

Telefona daqui, cobra dali, a Claro informou que tinha resolvido minha portabi- lidade. O que significa ligar meu telefone com o número antigo. E ligou mesmo, no modem que funciona com minha ligação com o jornal, para onde vai minha produção há quase dois anos, quando o trabalho passou a ser doméstico.

Satisfeita por ter pelo menos um telefone funcionando, passei uma manhã inteira usando o serviço da Claro de atendimento ao cliente para conseguir ligar as outras três extensões mudas. Foram mais de três horas com a atendente Vitória, que, depois desse tempo, informou que tinha feito o serviço completo e um técnico viria até minha casa.





Recebi pelo computador a informação de que teria uma visita, de tal a tal hora, de um técnico da Claro. Ele chegou no horário estabelecido e foi fazer seu serviço. Ligou logo a linha do meu quarto ao modem e tratou de excluir o aparelho, daqueles de que mais gosto, dos anos 1950, no qual é preciso rodar os números.

Muito simpático, o moço – Adriano é seu nome – informou que eu teria de comprar outro aparelho, aquele não servia. Então, para não ficar sem o que mais precisava, combinamos de tirar o aparelho de uma das duas outras linhas e colocar no quarto. Ele fez isso com a maior boa vontade, furou até a parede. E deu a notícia derradeira: não tinha indicação e nem ordem da Claro para ligar as duas outras extensões.

Não adiantou nada repassar a ele a informação que a Vitória da Claro havia me dado. O rapaz não tinha a ordem, não poderia fazer a ligação. Foi-se, com a recomendação de que eu conseguisse da Claro mais duas autorizações para a linhas mudas.

Passei a última segunda-feira, das 8h30 às 12h, tentando o milagre. Em uma das vezes, ouvi quem falava do outro lado, mas a moça informava que não tinha conexão, por isso não poderia fazer nada. E nisso estou, ganhando um tempo para conseguir esse simples milagre doméstico.




audima