Talvez você conheça alguém que tenha feito xixi na calça em algum momento da vida, seja por um esforço muito grande, seja por questões emocionais. A incontinência urinária é muito mais comum do que pode parecer, principalmente em mulheres, e é provocada pelo desgaste e perda do tônus muscular na região pélvica. No Brasil, estima-se que 10 milhões de pessoas sofram do problema, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia.
A International Continence Society define como incontinência urinária qualquer perda involuntária de urina, independentemente do tipo ou causa do escape. O simples fato de espirrar, tossir, correr, rir, pular ou levantar peso pode intensificar o distúrbio, considerado problema de saúde pública em todo o planeta. As consequências podem ir além do ato de urinar involuntariamente, causando mudanças radicais na rotina devido ao medo de situações constrangedoras. Isso leva ao distanciamento social e até mesmo à depressão.
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Não descuide dos olhos. Deficiência visual é problema de saúde públicaÁreas 'esquecidas' do corpo devem ser adequadamente protegidas do solPerdas auditivas complicam, e muito, a vida de adultos e das criançasO meu amigo sabiá e outras histórias de passarinhosOs 4 tipos de neuropatias que podem afetar o portador de diabetes“As mulheres apresentam os principais fatores de risco, como menopausa e parto. A uretra feminina é mais curta, o que favorece o enfraquecimento da região do assoalho pélvico”, explica Jorge Milhem Haddad, presidente da Sociedade Mundial de Uroginecologia.
A boa notícia é que a maioria dos casos tem cura. Mesmo para os mais complexos há tratamentos eficazes, seguros e que melhoram a qualidade de vida. Quanto mais cedo a pessoa se tratar, melhor. O primeiro passo é consultar um médico para classificar a incontinência, que pode ser de esforço (quando há perda de urina ao aumentar a pressão intra-abdominal), de urgência (a pessoa sente vontade de fazer xixi o tempo todo) ou mista (quando se sofre com as duas causas).
Medicamentos específicos para incontinência de urgência, fisioterapia para os músculos do assoalho pélvico e cirurgias pouco invasivas são as terapias indicadas por Jorge Haddad, que liderou um estudo comparativo entre laser e fisioterapia no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
O grupo tratado com laser apresentou melhores resultados, segundo o especialista. No caso específico das mulheres, o laser vaginal estimula a produção de colágeno e ajuda na prevenção e no tratamento da incontinência urinária de primeiro grau.
Outra técnica é a estimulação magnética funcional. Essa tecnologia não invasiva gera um campo magnético que é propagado para dentro do corpo, mesmo através das roupas, promovendo contrações involuntárias e fazendo a estimulação do músculo. O paciente senta-se na cadeira Tesla Chair, capaz de fortalecer os 29 músculos da região core (lombo-pélvico-quadril) em sessões de 30 minutos, duas a três vezes na semana, durante um mês a dois, dependendo da gravidade da incontinência.
“É uma cadeira para tratamentos relacionados ao assoalho pélvico e tem quatro aplicadores que conseguem trabalhar esse conjunto de músculos em uma mesma sessão, devido ao seu protocolo de tratamento, que permite o uso dos dois aplicadores no abdômen associados aos dois presentes na cadeira – um no assento e outro no encosto”, explica José Delio Fernandes Filho, diretor-geral da MedPro.
Como qualquer questão de saúde, o melhor tratamento é evitar que o problema apareça. E é possível ao menos retardar o processo. Especialistas recomendam atividades físicas regulares, alimentação adequada, hábitos urinários corretos e manter higiene íntima adequada, a fim de evitar infecções.