Jornal Estado de Minas

CONSUMO

Uma ida ao shopping... Na volta, a sacola vazia

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis


Fui com uma sobrinha ao BH Shopping, na primeira manhã de sol da cidade, depois de não aparecer por lá há pelo menos uns três anos. Já não estava muito animada. Depois do recesso da COVID, aí que perdi mesmo a vontade. O pouco interesse faz conjunto com uma novidade que surgiu com a idade: não aguento mais aqueles longos corredores, para, falando a verdade, não ver nada atraente em matéria de moda.



Falo com minha sobrinha que já estou passando da hora, ela avalia que não é nada disso, ainda estou por aqui, e isso é que vale. As peças que a longevidade prega são terríveis. As escadas rolantes se transformaram numa dúvida: consigo ou não consigo pisar com segurança no degrau que tenho que alcançar? Tenho conseguido com alguma dificuldade e agora entendo como os elevadores são servidores da maior importância. No BH, eles ficam escondidos, ninguém sabe onde estão.

Como queria comprar um livro recomendado por meu neurologista, gostei de ter ido, porque não iria encontrá-lo em outro lugar. A livraria, Leitura, até tinha muitos compradores. Mas no restante das lojas, o cenário é de dar pena – as vendedoras a postos e ninguém dentro para atender. Nunca vi tanta loja tão vazia em minha vida inteira, e compreendo porque muitas delas foram fechadas. Aliás, com o mix de marcas que compõem os corredores do shopping, é natural que não tenha compradores nas lojas.

Passei em algumas marcas mais ou menos conhecidas e não tive vontade de comprar nada – logo eu, que estou há alguns anos sem comprar nada. Alguma atenção me chamou uma loja de bolsas mais ou menos artesanais, mas será que valem o preço? Não dá para gastar mais de R$ 3 mil em uma bolsa de moda, que não deve ir além desse verão.



Único espaço diferente, no último andar do shopping, é de uma loja de segunda mão. Não vi os preços, mas as mercadorias à venda – acessórios – são bem legais, com peças que nunca saem da moda como bolsas Chanel, Gucci, Vuitton e outras marcas da mesma linha. Tem até sapatos, um deles do meu sapateiro predileto, Salvatore Ferragamo, que custam caro, mas têm a vantagem de não acabar nunca, duram anos. Ajuda o fato de terem modelagem clássica.

Toda vez que vou ao shopping tenho que ir à Zara, não perco uma loja em qualquer país que eu vá. Tenho uma atração pela marca por um fato curioso que me aconteceu há anos e anos. Estava passando uns dias em Barcelona, em hotel perto das ramblas, para poder percorrer todas aquelas barracas, com tempo para ver tudo, não deixar escapar nada. Por acaso, entrei em uma rua lateral, onde uma butique estava sendo inaugurada, com a informação que era a primeira da marca a ser aberta na Espanha.

Entrei para especular e adorei tudo que vi – dos preços às ofertas. Sai de lá com um conjunto de camurça falsa, que estava começando a ser usada, nunca tinha visto nada igual. Era um safari muito bem-feito, clássico, que usei durante anos e anos. Acompanhando a grife, fiquei sabendo que em pouco tempo se transformaria em sucesso econômico. Hoje a Zara tem lojas no mundo inteiro, é um verdadeiro achado profissional – dizem que seu proprietário é um dos homens mais ricos da Europa.





Graça dessa história é que nunca saí de uma Zara sem comprar nada. Só que nas últimas duas vezes que fui pesquisar as coleções, não achei nada para comprar. A primeira vez foi antes do Natal, quando fui fazer compras no Boulevard Shopping. Saí de lá achando que o estoque da loja estava parecendo uma coleção de mercadorias recolhidas nas liquidações de várias lojas.

Desta vez, no BH Shopping, na semana que passou, não vi nada legal – só os preços bem longe da tradição da grife. Como a nova coleção começou a chegar, vou até esperar uns dias para voltar e ver se é impressão minha ou se o estilo explorado pela marca espanhola desandou de vez. Voltamos, eu e minha sobrinha, de uma manhã que deveria ser de compras, sem carregar nada...

audima