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SAÚDE

Excesso de açúcar e carboidratos é o vilão da pele

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Excesso de açúcar provoca a glicação, prejudicando a pele (foto: Reprodução)

Não é necessário demonizar os carboidratos – eles são, inclusive, excelentes fontes de energia. Mas precisamos tomar cuidado com os excessos.





“Carboidratos são macronutrientes formados por átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio, que podem ter outros elementos em sua composição. Chamados de açúcares, glicídios ou hidratos de carbono, têm a função ser fonte de energia, além da função estrutural. Podem ser classificados como simples e complexos. Os simples são fonte mais rápida de energia para o organismo, enquanto os complexos, além das fibras alimentares, são fontes de vitaminas, minerais, fontes naturais de antioxidantes alimentares e têm índice glicêmico mais baixo que os açúcares”, explica a médica Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.

Um dos principais vilões da pele é o excesso de açúcar e carboidratos, que desencadeia o processo conhecido como glicação. “A glicação é a alteração na nossa pele influenciada pelo excesso do açúcar. Ou seja, o açúcar destruindo, endurecendo e mudando a estrutura do colágeno dentro da nossa pele. Essa reação pode aumentar acne, rosácea, estimular oleosidade, piorar o aparecimento de rugas, flacidez, manchas e envelhecimento, aumentar as estrias e celulites. A glicação envolve a pele do corpo todo, as alterações aparecem tanto no rosto quanto no corpo”, explica a cosmiatra Ludmila Bonelli, especialista em dermatocosmética e diretora científica da Be Belle.

O colágeno mantém a pele bem estruturada, mas é prejudicado pelo excesso de açúcar. “O colágeno novo, firme, sustenta a molécula de água em torno dele todinho, o que deixa a pele hidratada, mais firme, menos flácida. Se tenho mais firmeza, terei menos estrias, menos rugas, menos flacidez”, explica a especialista.





“Quando o excesso de açúcar endurece o colágeno, ele perde a sua funcionalidade de mobilidade, de sustentação. Essa pele vai ficar mais ‘dura’, vai despencar e ficar mais desidratada. Dessa forma, surgem as rugas, a flacidez e até as estrias, pois o colágeno se rompe com mais facilidade, formando essas ‘marcas’”, destaca.

Trata-se de agressão à pele de forma oxidativa, estrutural e inflamatória. “A glicação gera desconforto ao melanócito internamente na derme, fazendo-o produzir ainda mais melanina. Isso produz manchas de forma muito mais nociva do que a própria agressão solar”, diz Ludmila. Surgem, então, melasmas, rosácea, etc.

Cuidar da alimentação é muito importante. “Não é só o doce. O açúcar está em outros alimentos, como os carboidratos. A glicação tem relação 100% com ingestão de açúcar, independentemente da idade, tanto no homem e na mulher. Isso ocorre até mesmo com pessoas magras que ingerem muito açúcar”, diz.





“Os carboidratos simples e complexos podem ser ingeridos equilibradamente. No entanto, os simples devem ser consumidos com muita moderação. Por terem índice glicêmico mais alto, não devem representar mais de 10% das calorias ingeridas”, explica Marcella Garcez.

Uma forma de reverter o processo é usar dermocosméticos e nutracêuticos com ação antiglicante, aliados à mudança alimentar. “Temos de procurar ativos antiglicantes nos cremes que tenham permeação profunda na pele, atingindo o colágeno. Porque é ele, lá dentro da pele, que glica. Então, precisa ter um permeador no dermocosmético que consiga chegar no colágeno e fazer essa desglicação”, explica a especialista.

Como a inflamação causada pelo açúcar causa estresse oxidativo, com aumento da produção de radicais livres, os antioxidantes são necessários. “Ao usar um dermocosmético com ação antioxidante e antiglicante, é possível tratar a funcionalidade da pele, reforçando sua estrutura interna para a proteção do colágeno. Você pode optar por tratamentos reconstrutores da pele com tecnologias cosméticas focadas na antiglicação, antioxidação e regeneração dos tecidos”, recomenda.





“Com relação aos nutracêuticos, o peptídeo da carcinina pode ser usado para atuar como antioxidante, antiglicante e desglicante. Ele tem a capacidade de bloquear o açúcar excedente. Ele também desliga o açúcar que se ligou ao colágeno, revertendo o processo. Dessa forma, devolvemos às proteínas suas características iniciais e funcionais”, explica Ludmila.

Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos, sugere o uso de Glycoxil, dipeptídeo biomimético da carcinina que atua na prevenção e tratamento coadjuvante de desordens metabólicas e doenças associadas ao envelhecimento sistêmico.

“O creme consegue impedir a ligação das proteínas ao açúcar do corpo humano, impossibilitando a formação de AGES, radicais livres e inflamação, condições intimamente relacionadas ao processo de envelhecimento da pele e ao surgimento de doenças”, finaliza Patrícia França.