Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Endometriose, a doença feminina, é um sofrimento só. Mas tem tratamento

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Na edição da revista Encontro com a lista das personalidades mineiras de 2021, está José Salvador Silva, cabeça do grupo de saúde Mater Dei. Entre as coisas que conta, revela o medo de ficar cego, porque adora ler (de vez em quando, ele me manda os livros de que gostou), e seu papel no Hospital Vera Cruz, que quis transformar em maternidade, mas não conseguiu.





Curiosamente, foi lá o meu primeiro contato com ele, já conhecia e admirava sua esposa, Norma, minha amiga de sempre. Passando muito mal, fui apanhada na porta de minha casa às 14h e levada pelo doutor Salvador para o Vera Cruz, onde ele me operou de um problema que ninguém conseguia descobrir: endometriose, que dói um horror.

Endometriose é doença feminina. Algumas mulheres sofrem em silêncio, outras procuram ajuda daqueles que não as compreendem pura e simplesmente por desconhecer a causa do problema e a própria doença.

Presentes por cerca de uma semana a cada mês, as dores podem ser tão intensas a ponto de impedir que as mulheres exerçam suas tarefas. Atividades profissionais, esportivas, amorosas e, por vezes, até ações simples do cotidiano podem ser suspensas ou interrompidas, tamanha a intensidade das dores.





São pacientes à mercê de lesões ativas mais frequentemente na pelve, mas que podem acometer outros locais e órgãos, como bexiga urinária, intestinos grosso e delgado, cicatriz umbilical, diafragma (músculo da respiração) e até mesmo os pulmões.

Várias vezes a doença acomete nervos importantes da pelve feminina, como o trajeto do plexo hipogástrico, responsável pelo esvaziamento da bexiga urinária. Também pode invadir o intestino grosso em sua porção terminal (retossigmoide), levando a sintomas dolorosos na evacuação ou sangramento nas fezes.

Valorizar sintomas dolorosos relacionados à menstruação é um dos principais fatores para suspeitar da doença e buscar ajuda. O médico treinado em lidar com a endometriose poderá, por meio de conversa em consulta com exame físico, orientar e solicitar outros exames necessários.





A investigação diagnóstica precoce, por meio de ultrassonografia pélvica e transvaginal com preparo intestinal, realizada em serviço com foco no diagnóstico da endometriose, é fundamental para se planejar o tratamento eficaz.

Nos locais onde esses serviços não estão disponíveis, a ressonância nuclear magnética da pelve com contraste pode ajudar a elucidar a gravidade do problema, mas o olhar do radiologista habituado com a doença, com toda certeza, traz benefícios em relação ao laudo comum.

Depois da análise criteriosa de todo esse contexto, o tratamento personalizado é definido, a doença tratada e as dores deverão desaparecer, permitindo que a mulher siga sua vida da maneira que desejar.

No meu caso, não me lembro de ter sido submetida a exames prévios. Conhecedor profundo dos problemas femininos, o doutor Salvador me operou com o maior sucesso, curando a minha dor para sempre. A curiosidade da história é que, naquele tempo, era preciso fazer uma incisão na barriga para cumprir o processo de retirada do endométrio.