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Estado de Minas SAÚDE

Quer ter busto perfeito, sem cicatriz visível?

Cirurgião plástico sistematiza técnica de mastopexia em L para pacientes que buscam aumento, redução ou explante de silicone


24/02/2022 04:00 - atualizado 24/02/2022 03:23

Mulher usa as duas mãos para apalpar seu próprio seio
Ausência de cicatriz entre as mamas ou cicatrizes menores estão entre as vantagens da nova técnica de mastopexia (foto: Doutíssima/Reprodução)

A mastopexia é a quarta cirurgia plástica a que as brasileiras mais se submetem, de acordo com levantamento realizado em 2018 pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), representando 11,3% das cirurgias plásticas feitas no país. O procedimento é indicado para pacientes que desejam levantar ou mudar a forma dos seios, seja por questões de saúde ou de bem-estar, que querem retirar os implantes de silicone (explante), corrigir a flacidez ou queda mamária, com ou sem implantes.

A novidade é que uma das técnicas de mastopexia com cicatriz reduzida – criada pelo cirurgião plástico Hollander em 1924, na Alemanha, e replicada por cirurgiões brasileiros nas décadas de 1980 (professor Antonio Roberto Bozola) e 1990 (professor Armando Chiari Junior) – está sendo sistematizada de forma diferenciada pela primeira vez no Brasil.

Adel Bark Junior traz em seu currículo mais de 3 mil cirurgias de mastopexia utilizando a técnica da cicatriz reduzida, ou cicatriz em L. A média de idade das pacientes operadas é 28 anos e, quando indicado, os volumes de implante mais utilizados são de 275ml e 295ml. O método – que tem apresentado preferência absoluta pelas pacientes operadas devido a uma menor incisão – é uma evolução da técnica tradicionalmente realizada, que tem a incisão em formato de T invertido.

Segundo o médico, atualmente, o número de cirurgiões plásticos que aplicam essa técnica no Brasil é muito baixo. “Isso porque a grande dificuldade encontrada é a marcação pré-operatória. Por ser complexa e pela individualidade de cada paciente, torna-se difícil realizar a marcação em diferentes mamas, especialmente nas volumosas e com maior queda”, explica o médico, que está se dedicando à disseminação da reprodutibilidade da técnica.

O cirurgião curitibano conta que, aos poucos, eliminou a necessidade da marcação prévia, que gerava grande complexidade cirúrgica, e hoje aplica a técnica em casos cada vez mais desafiadores. “Eliminando a marcação prévia conseguimos sistematizar uma maneira reprodutível de executar a técnica da cicatriz em L, tanto que 95% dos cirurgiões que a aprenderam estão realizando a cicatriz em L nas suas pacientes”, diz Adel. O objetivo do especialista é difundir a realização desse método e atingir o maior número possível de mulheres pelas mãos de outros médicos.

A ausência de cicatriz entre as mamas não aumenta a cicatriz horizontal lateral e tampouco prejudica o formato da mama por apresentar uma incisão menor. Segundo o médico, a cirurgia “elimina a cicatriz entre as mamas e permite que a mulher possa escolher roupas sem se preocupar com a marca. Ao mesmo tempo, vale lembrar que nessa região as cicatrizes tendem a ficar mais largas e escuras se comparadas ao restante da mama”, esclarece. A cicatriz reduzida é levada em consideração na escolha do procedimento cirúrgico para pacientes que, por exemplo, sofreram muito tempo com o peso das mamas ou por terem a mama muito reduzida.

É o caso de uma estudante de 18 anos, que fez a mastopexia redutora em L agora em 2022, devido ao excesso de volume das mamas. “Afetou muito minha coluna e me deixou com a postura errada. Eu sentia dores nos ombros e minha autoestima estava afetada. Não me sentia bem daquela forma, não conseguia usar uma blusa mais justa, decotes ou vestidos. Não me sentia bonita”, conta. Ela afirma que a escolha pela mastopexia em L, além de todas as vantagens, trouxe mais segurança e satisfação. “Traz mais liberdade na hora de escolher as roupas, especialmente no verão. Estou maravilhada com o resultado e muito mais feliz a cada dia.”

Com o objetivo de disseminar o conhecimento, o especialista desenvolveu um curso de especialização, em Curitiba, chamado Mastopexia em L sem segredos. Até o momento, 30 cirurgiões, todos membros da SBCP, já participaram do curso, que está iniciando sua quinta edição. Para garantir o melhor aprendizado, as inscrições são limitadas a nove alunos por turma. Ao todo, são 6 horas de aulas teóricas e 18 horas de prática, que capacitam o cirurgião para a realização da mastopexia em L.

Um dos alunos formados no curso, cirurgião plástico de Teresina (PI), afirmou que a ausência da cicatriz entre as mamas quebra um dos principais bloqueios das mulheres em relação a esse tipo de cirurgia. Para ele, o curso possibilita uma nova opção de cirurgia às pacientes, além de ser didático.

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