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SAÚDE

Está obeso? Evite a todo custo receitas milagrosas para emagrecer

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Ontem, 4 de março, foi o Dia Mundial da Obesidade, uma doença que já pode ser considerada epidemia no Brasil, visto que, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do final de 2020, 26,8% da população com mais de 20 anos sofre com o problema.



“A obesidade é uma doença crônica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal. Define-se um indivíduo como obeso quando este apresenta índice de massa corporal (IMC) maior que 30, sendo que as principais causas do problema são alimentação desbalanceada, principalmente rica em açúcar e gorduras, e o sedentarismo, ou seja, a falta de prática regular de atividades físicas”, explica Marcella Garcez, médica nutróloga. A proporção de pessoas com excesso de peso na população com 20 anos ou mais é de 61,7%.

Dessa forma, a obesidade pode ser considerada um problema de saúde pública. Cabe ao governo investir em campanhas de conscientização sobre os perigos do acúmulo excessivo de gordura corporal. “A obesidade é um fator de risco para o aumento do colesterol e doenças cardiovasculares, pois o excesso de gordura favorece o acúmulo de placas de colesterol nas artérias coronárias responsáveis por irrigar o coração, aumentando a predisposição para condições como hipertensão, infarto, insuficiência cardíaca e tromboembolismo”, alerta a médica.

“Estar acima do peso também pode sobrecarregar os rins, o que, somado ao aumento da pressão arterial, faz com que o órgão perca progressivamente suas funções, deixando de filtrar o sangue e produzir hormônios, o que causa, consequentemente, a doença renal crônica”, acrescenta a nutróloga.





O diabetes tipo 2 é outra doença frequentemente associada à obesidade, visto que o abuso de açúcar e carboidratos, além de favorecer o ganho de peso, faz com que o organismo se torne resistente à insulina, o que causa a condição.

“A doença hepática gordurosa não alcoólica é outra doença comumente observada em pessoas obesas, sendo caracterizada pelo acúmulo de gordura nas células do fígado, o que, se não tratado, pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares, esteatoepatite, além de levar à fibrose e ao desenvolvimento de cirrose hepática”, diz a nutróloga. “Além disso, pessoas obesas também possuem maiores chances de desenvolver câncer, já que o acúmulo de gordura estimula a produção de hormônios envolvidos no desenvolvimento de células cancerígenas.”

No entanto, é possível investir em cuidados que ajudem a prevenir e combater o problema para a manutenção de uma boa saúde, sendo a adoção de uma alimentação saudável e balanceada o melhor método para evitar o ganho de peso excessivo.



“Evite consumir ‘junk foods’ e alimentos industrializados e ricos em sal, açúcar e gorduras. Aposte na ingestão de frutas, verduras, legumes, grãos, alimentos integrais e carnes magras”, aconselha Marcella. “Incluir atividades físicas na rotina é outra boa maneira de afastar os diversos problemas de saúde relacionados ao sobrepeso. O ideal é que você pratique exercícios físicos pelo menos três vezes por semana, de preferência caminhadas, corridas, natação e ciclismo, que estão entre as práticas mais simples e eficientes para o controle do peso”, completa a médica.

Caso você já sofra com a obesidade, o ideal é consultar um médico nutrólogo. “Evite a todo custo receitas milagrosas para emagrecer e dietas extremamente restritivas encontradas na internet, já que, além de não serem realmente eficazes no emagrecimento, essas mudanças drásticas nos hábitos alimentares, como restrição de grupos alimentares e diminuição de calorias e refeições, podem oferecer riscos à saúde quando realizadas sem acompanhamento médico”, alerta a especialista.

O médico poderá recomendar ainda um tratamento multidisciplinar, incluindo, por exemplo, a realização de exame genético para potencializar a eficácia do acompanhamento nutrológico. “Estima-se que de 40% a 70% da variação na suscetibilidade à obesidade e perda de peso seja determinada pelos genes. O tipo genético de cada organismo ajuda a explicar o motivo de diferentes pessoas ganharem ou perderem peso de forma distinta, mesmo seguindo uma dieta igual e praticando a mesma quantidade de exercícios físicos”, explica o geneticista Marcelo Sady.