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Estado de Minas SAÚDE

Veja os mitos e preconceitos que impedem o uso medicinal da maconha

Estudos comprovam que o canabidiol pode auxiliar o tratamento de dores crônicas, Alzheimer, epilepsia, Parkinson, esquizofrenia e fibromialgia


08/03/2022 04:00 - atualizado 08/03/2022 07:18

Mulher manipula folhas de cannabis medicinal no laboratório francês LaFleur
Maconha medicinal nos laboratórios da empresa francesa LaFleur, na cidade de Angers (foto: Jean François Monier/AFP )

Há pouco tempo, só pessoas muito enturmadas conseguiam remédios produzidos com maconha vendidos livremente nos Estados Unidos. Um deles era mais que invejado, porque acalmava, não dava depressão e colocava o usuário de bem com a vida.
Recentemente, esse tipo de medicamento chegou por aqui, produzido por uma marca, a Remederi, que enfrenta preconceitos e restrições. Fabrizio Postiglione, CEO e fundador da empresa, diz que o potencial terapêutico da cânabis medicinal é pouco conhecido pela sociedade brasileira e por grande parte da classe médica do país.

De acordo com ele, é necessário ampliar a divulgação de conteúdos educacionais sobre a substância canabidiol (CBD) para desmistificar inverdades que geram preconceitos e dificultam o emprego de medicamentos importantes no país. Confira a seguir esclarecimentos enviados pela Remederi sobre a questão:

“1 – A cânabis não oferece qualquer benefício medicinal
Mito. Essa afirmação é a maior inverdade que existe sobre a substância, pois existem estudos que comprovam cientificamente que o canabidiol pode auxiliar o tratamento de diversas patologias, como dores crônicas, insônia, Alzheimer, epilepsia, Parkinson, esquizofrenia, autismo, fibromialgia, ansiedade e depressão, entre outras doenças.

2 – O canabidiol tem efeitos psicóticos
Mito. O CBD não apresenta efeitos euforizantes e psicóticos, podendo ser utilizado, inclusive, para controle de patologias psiquiátricas.

3 – A cânabis pode estimular o uso de outras drogas
Mito. A hipótese de que o uso da maconha é porta de entrada para outras drogas não é verdadeira. Isso é apontado cientificamente em estudo da Universidade de Pittsburgh, que acompanhou 214 meninos com algum tipo de envolvimento com drogas dos 10 aos 22 anos e não constatou relação direta entre o consumo da cânabis e o uso de outras substâncias. Para pesquisadores, problemas familiares se mostraram muito mais influentes no uso de drogas do que o uso da cânabis.

4 – Legalizar o uso medicinal da cânabis pode aumentar os índices de criminalidade
Mito. Nos Estados Unidos, onde o uso medicinal da planta está mais disseminado, as taxas de crimes como assalto, assassinato e estupro não aumentaram nos 11 estados que legalizaram o uso da maconha para fins medicinais no período de 1990 a 2006. Esse dado faz parte de estudo realizado pela Universidade de Dallas.

5 – O uso do canabidiol pode causar efeitos colaterais graves
Mito. A segurança do CBD já foi comprovada em diversas pesquisas. Não há casos conhecidos de pessoas com efeitos colaterais graves por conta do uso da substância. No entanto, o uso do canabidiol pode potencializar outros medicamentos com potencial hepatotóxico, ou seja, que sobrecarregam o fígado. A recomendação é sempre buscar orientação médica.

6 – O uso medicinal da cânabis ainda não foi estudado o suficiente
Mito. O primeiro estudo da cânabis foi realizado no século 19 pelo médico irlandês William O'Shaughnessy, que relatou os benefícios do medicamento para controle de crises epilépticas em um bebê de 40 dias de vida. Desde então, inúmeras pesquisas científicas foram realizadas sobre a substância. Inclusive, a Universidade de São Paulo (USP) é a maior produtora mundial de ciência sobre o canabidiol.

7 – Proposta de lei para regulamentar cultivo da cânabis vai permitir que qualquer um plante maconha no Brasil
Mito. O projeto de lei para liberação do cultivo da planta será válido apenas para pessoas jurídicas, que precisarão pedir autorização ao poder público, caso a medida seja aprovada. A comercialização das plantas produzidas só poderá ser feita a empresas, instituições de pesquisa e fabricantes de medicamentos. As regras proíbem que pessoas físicas tenham acesso ao cultivo da substância.”

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