O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que tem 90 anos, caiu em casa e foi parar no hospital com o fêmur quebrado – um dos acidentes mais sérios para a idade e pela sequela. O fato não é raro, e a queda mais comum dos idosos acontece nos banheiros.
Esse tipo de problema, apesar de comum, é pouco conhecido. Graças à parceria entre ossos e músculos, conseguimos andar, correr, dançar, nos movimentar, apanhar objetos e executar as tarefas do dia a dia, das mais simples às mais complexas, como os feitos fantásticos dos atletas nos jogos olímpicos de inverno.
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Doença que provoca perda progressiva da massa óssea, a osteoporose, segundo dados da Fundação Internacional da Osteoporose, atinge 200 milhões de mulheres em todo o mundo. De cada três mulheres, uma sofrerá alguma fratura óssea a partir dos 50 anos. No Brasil, estima-se que a doença afete 33% das mulheres dessa faixa etária.
Cerca de 17,6% nas mulheres latino-americanas têm osteoporose vertebral após os 50 anos, e quase 50% enfrentam a osteopenia vertebral, fatores que aumentam a fragilidade dos ossos e a suscetibilidade à fratura. Entre o público masculino, o risco de desenvolver osteoporose é bem menor, de 20%.
Além da idade, deficiência de produção hormonal e predisposição genética, são fatores de risco: alimentação pobre em cálcio e vitamina D, baixa exposição à luz solar, sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool, medicamentos como cortisona, heparina e aqueles utilizados no tratamento de epilepsia.
A osteossarcopenia provoca o desequilíbrio na relação entre osso e músculo causado pela diminuição de massa muscular e óssea, aumentando o risco de quedas, fraturas e outros traumas físicos, elevando, inclusive, o risco de morte, principalmente em idosos. As mulheres são as mais afetadas pela doença, que surge na pós-menopausa.
“As mudanças hormonais que acompanham essa fase da vida feminina interferem de forma decisiva na perda e no ganho de massa óssea. O envelhecimento gera queda acentuada do estrogênio, hormônio importante na fixação do cálcio no osso”, explica Hélio Osmo, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina Farmacêutica.
A preocupação aumenta diante da tendência de envelhecimento da população. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual de pessoas com mais de 65 anos passará dos atuais 9,2% para 25,5% até 2060. Ou seja, um quarto da população será idosa e terá maior propensão a desenvolver doenças osteomusculares.
O médico Hélio Osmo lembra que a ingestão adequada de cálcio e vitamina D é imprescindível para a renovação óssea, principalmente após os 50 anos. “Se os alimentos não forem suficientes, é indicada suplementação tanto do mineral quanto da vitamina. Também existem produtos que podem melhorar a resistência do osso e impedir a degeneração, incentivando a reconstrução óssea para afastar o risco de fraturas”, acrescenta.
O especialista destaca a importância do banho de sol, para garantir a absorção de vitamina D, e da prática de exercícios físicos para estimular o ganho de força e massa muscular, essenciais para prevenir quedas e, consequentemente, fraturas.
Doenças silenciosas, a osteopenia e a osteoporose não apresentam sintomas. Em geral, são detectadas em estágio avançado, quando há deformação de ossos, dor crônica ou fratura.
Como nem sempre as doenças osteomusculares dão sinais claros de que estão se instalando, o médico deve solicitar, na rotina, o exame de densitometria óssea, recomendado a partir dos 45 anos, para mulheres, e dos 65, para homens.
A estrutura do nosso esqueleto vive em constante renovação. Ganhamos massa óssea até os 20 anos e a perdemos com maior velocidade após os 40. A partir dos 60, a redução da densidade mineral óssea (DMO) e de massa muscular chega a ser de 1% ao ano, e de força muscular, de 2,5% a 3%. Exatamente quando ocorre perda de massa óssea associada à redução de massa muscular é que surge a osteossarcopenia.