Vivemos tempos terríveis de pouca esperança para um futuro feliz. A pandemia de COVID-19 diminui, mas nem por isso as notícias são mais animadoras. A humanidade enfrenta tempos de penação e, se não se prepara, a vida vai mesmo pro brejo. A ameaça que atinge a maioria é analisada como síndrome de burnout. Derivada do inglês, “burnout” significa “queima” (burn) + “exterior” (out), isto é, “queimar-se por completo”.
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Por se tratar de um processo que evolui ao longo dos anos a partir da relação com o trabalho, que quase nunca é percebido em suas fases iniciais, torna-se difícil determinar uma faixa etária mais afetada.
Os primeiros sinais estão expressos no excessivo prolongamento dos níveis de tensão no organismo, podendo levar à insônia, queda de cabelo, doenças cardíacas, palpitações, aumento da pressão arterial, dores musculares, tremores, gastrite, asma, diminuição de interesse – especialmente em relação ao trabalho –, diminuição da energia e disposição do indivíduo em sua vida de modo geral, levando ao afastamento das atividades entendidas como triviais.
Os primeiros sinais estão expressos no excessivo prolongamento dos níveis de tensão no organismo, podendo levar à insônia, queda de cabelo, doenças cardíacas, palpitações, aumento da pressão arterial, dores musculares, tremores, gastrite, asma, diminuição de interesse – especialmente em relação ao trabalho –, diminuição da energia e disposição do indivíduo em sua vida de modo geral, levando ao afastamento das atividades entendidas como triviais.
Contudo, há profissionais mais propensos a desenvolver a síndrome, entre eles os de segurança privada e policiais; bancários; trabalhadores da área da saúde, como médicos e enfermeiros; professores; controladores de voo; motoristas de ônibus; executivos; e jornalistas.
De forma geral, é mais comum em trabalhadores que têm relação direta com o público, profissionais assistenciais. Apesar de estarem em destaque no que tange à propensão a desenvolver a síndrome de burnout, isso não quer dizer que outros especialistas estão imunes.
De forma geral, é mais comum em trabalhadores que têm relação direta com o público, profissionais assistenciais. Apesar de estarem em destaque no que tange à propensão a desenvolver a síndrome de burnout, isso não quer dizer que outros especialistas estão imunes.
“A pandemia trouxe a necessidade de adequação ao trabalho, imposta pelo distanciamento social. Muitas empresas optaram pelo home office, fazendo com que os afazeres profissionais fossem para o espaço doméstico, exigindo que houvesse a coabitação harmônica entre público e privado. Essa combinação causou certa confusão, pois tarefas domésticas tiveram que dividir espaço com o profissional que trabalha em casa”, explica Marcelo Santos, psicólogo clínico e professor do curso de psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).
De acordo com ele, a nova realidade fez com que as pessoas trabalhassem além do seu expediente para dar conta dos deveres. Apesar do ganho em diminuição do tempo em locomoção, o ambiente de descanso se transformou em espaço de trabalho diário. Todas as exigências pressionaram consideravelmente o trabalhador, afetando sua saúde mental.
Marcelo Santos pontua que “a pandemia fez com que houvesse um aumento do esgotamento profissional, tendo em vista as mortes pela COVID-19, a insegurança do futuro, o aumento da taxa de desemprego, poder de compra reduzido, espaço doméstico e profissional coabitando juntos, filhos demandando atenção, cobrança dos chefes, reuniões on-line constantes e aumento da jornada de trabalho”. O psicólogo afirmou que tudo isso justifica o aumento dos casos de brurnout no período de pandemia.
Por se tratar de doença relacionada ao trabalho, o especialista diz que é imprescindível ficar atento às condições de trabalho, relacionamento com a profissão, relações interpessoais, excesso da jornada, exigências além do possível de ser cumprido e assédios que podem ocorrer no ambiente profissional.
Caso haja diagnóstico ou suspeita de estar nesse processo de esgotamento, é necessário buscar ajuda com profissionais que poderão oferecer tratamento, tais como psicólogo e psiquiatra.
Caso haja diagnóstico ou suspeita de estar nesse processo de esgotamento, é necessário buscar ajuda com profissionais que poderão oferecer tratamento, tais como psicólogo e psiquiatra.
“O resgate da autoestima e da autoconfiança são necessários para restabelecer a saúde mental, podendo até se valer, se necessário, de tratamento medicamentoso. Praticar atividades físicas, melhorar a qualidade do sono e da alimentação, aumentar o convívio saudável com amigos e familiares e lazer ajudam muito”, esclarece o psicólogo.