Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Rede mineira Mater Dei expande atuação e inaugura unidade na capital baiana

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis


Queria estar neste domingo, 1º de maio, em Salvador, na Bahia, para assistir a mais um capítulo da história de trabalho e dedicação da família Salvador. Ou seja, a abertura do novo hospital da Rede Mater Dei, sonhado há muito tempo, como uma marca em homenagem a Norma Salvador, a mãe de toda a família e mulher perfeita de um homem perfeito e trabalhador, José Salvador Silva. Para as brincadeiras que ele faz comigo, seria mais um hospital da minha rede, uma vez que ele me apresenta a todos no primeiro prédio criado como “esta é a dona do hospital”. O que é uma de suas brincadeiras com as pessoas que conhece mais e que é uma das características de seu caráter, no qual cultura e informalidade se unem.





Minha vida começou com a família há anos. Norma era minha conhecida, não íntima, mas já sentia nela o pendor para a solidariedade. Tanto que, ao passar toda a temporada de um carnaval penando na cama com uma dor que não tinha fim, e que meus médicos habituais não conseguiam definir, pedi a ela socorro. Ela veio, me examinou e, algumas horas depois, de tarde, recebi a chegada de seu marido, que me levou direto para o Hospital Vera Cruz, onde trabalhava e me operou logo. Levou com ele minha dor, que era endometriose. Ele era um dos principais profissionais da casa de saúde, mas já fazia seus planos para criar um hospital próprio, onde pudesse atender suas incontáveis pacientes.

E poucos anos depois já estava funcionando o Hospital Mater Dei, inaugurado em 1980 e com 100 leitos. Continuei me tratando com ele até que, anos depois, fui operada de câncer de mama por seu filho, Henrique, que já seguia os passos do pai com a mesma dedicação e competência. A dedicação da família e o serviço do hospital me conquistaram para sempre e realmente chamo o Mater Dei como “minha segunda casa”. Nem posso listar aqui as atenções que recebi, tratada como uma amiga especial, não só por Salvador e Norma, como também por toda a família.

Costumo chamar esse primeiro hospital, da Rua Gonçalves Dias, como “hospital velho” para incomodar Salvador e por implicância pessoal. Não costumo me colocar muito bem na unidade da Avenida do Contorno, criada em 2014, muito grande –  toda vez que vou lá me perco nos corredores. Mas onde está outro profissional perfeito, que também faz parte da minha relação absoluta de profissionais, chefe do Departamento de Oncologia da rede, Enaldo Melo, a quem também devo muito.





E claro que a história da minha família se escreve junto com a rede hospitalar da família Salvador. Lá estive pela segunda vez para me operar também de câncer, desta vez no intestino, com Marcos Martins. Disse a ele na consulta que fiz que se tivesse que fazer uma colostomia que me deixasse com câncer. Não tinha cabeça para viver com aquela bolsa fora do corpo. Ele me disse que se tivesse cinco centímetros de intestino são ele resolveria a questão sem maiores problemas.

Como resolveu e, naquela época, passei outro susto em Salvador. Como tinha que fazer quimioterapia, que ainda não era praticada no Mater Dei, fui fazer o tratamento fora. E na terceira aplicação – seria necessário um mês completo – ia morrendo da químio. Resolvi parar por conta própria, para aflição de Salvador, que me deu 15 dias para me recuperar e voltar ao tratamento. Não voltei, na minha teimosia contei que preferia morrer de câncer do que de químio. Os dias mais confortáveis de meu marido, com Alzheimer, foram passados no hospital. Todas as manhãs, antes das 6h, Salvador aparecia no quarto antes de ir conferir as obras do hospital novo que estava sendo construído na Contorno.

Fazia a mesma coisa com meu sobrinho-filho, que acabou morrendo lá porque, durante meses, confundiu um câncer com afta na língua e, quando resolveu verificar, não teve mais jeito. E do hospital e da família recebemos, eu e minha família, toda a atenção e consolo para um momento de dor. Engraçado é que acabei relatando aqui tudo que recebi da família e da Rede Mater Dei em lugar de falar do que será inaugurado amanhã no Rio Vermelho, com todos os apartamentos dando para a bela praia de Salvador.





Mas acredito que ao falar tudo isso consigo mostrar por que a rede se transformou em uma identidade médica nacional, como Salvador recebe um serviço único e humano. Henrique Salvador, que ocupa o lugar do pai, sabe que está levando não só o progresso hospitalar para um estado brasileiro que faz parte da família (a mãe, Norma, é de Feira de Santana), como também um bom número de vagas para a mão de obra especializada.

A família é unida, se completa, e passa isso para os pacientes e amigos. Boa sorte para os baianos, que vão receber não só medicina de primeira como atenção humana.