Rara, silenciosa, grave, progressiva, incapacitante, difícil de diagnosticar e que pode ter um prognóstico terminal. Essas são as características da hipertensão arterial pulmonar (HAP), doença lembrada mundialmente no último 5 de maio, data em que se inicia a campanha de conscientização “A vida merece um fôlego”.
Seus sintomas costumam ser falta de ar durante esforço físico (como subir escadas), dores no peito, fadiga, tontura, síncope (desmaio), palpitações e cianose (coloração azulada ou arroxeada na pele, tendo a insuficiência cardíaca direita como uma das causas de morte mais frequentes).
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A jornada do paciente até o diagnóstico e tratamento costuma ser longa. Como os sinais iniciais costumam ser leves ou confundidos com outras condições cardíacas e pulmonares, a HAP acaba sendo de difícil diagnóstico e pode ser descoberta em um estágio relativamente avançado. Em média, levam-se dois anos desde o início dos sintomas até o diagnóstico.
“Pelas semelhanças com outras doenças e desconhecimento da patologia, muitas pessoas podem não ter ciência de ter a HAP. O diagnóstico pode ser confundido inclusive com depressão ou quadros psiquiátricos, visto a dificuldade dos pacientes às atividades diárias. Por isso, é fundamental falar sobre a doença, mostrando que quanto antes identificada, melhor o prognóstico e a manutenção da qualidade de vida.
O ecocardiograma transtorácico é o exame mais indicado para triagem e identificação da doença, por avaliar pressão sistólica da artéria pulmonar, além de outros dados, porém apenas o cateterismo cardíaco direito comprova o diagnóstico.
A identificação precoce do tratamento é fundamental para o prognóstico do paciente, preservando a função do ventrículo direito e atrasando a progressão da doença”, explica Flavia Navarro, chefe da Cardiologia Pediátrica e do Centro de Referência em Hipertensão Pulmonar da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e membro do Comitê Científico da Associação Brasileira de Apoio à Família Com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf).
O ecocardiograma transtorácico é o exame mais indicado para triagem e identificação da doença, por avaliar pressão sistólica da artéria pulmonar, além de outros dados, porém apenas o cateterismo cardíaco direito comprova o diagnóstico.
A identificação precoce do tratamento é fundamental para o prognóstico do paciente, preservando a função do ventrículo direito e atrasando a progressão da doença”, explica Flavia Navarro, chefe da Cardiologia Pediátrica e do Centro de Referência em Hipertensão Pulmonar da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e membro do Comitê Científico da Associação Brasileira de Apoio à Família Com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf).
Se não for controlada, a HAP pode progredir e diminuir a capacidade do paciente de fazer atividades físicas. Nos estágios mais avançados, torna-se difícil a realização de tarefas simples como tomar banho, pentear o cabelo e trocar de roupas. A doença diminui o calibre dos vasos, forçando o coração fazer mais força até ele acabar não resistindo, levando à insuficiência cardíaca e morte.
Apesar de ser uma doença grave ainda sem cura, existem tratamentos que ajudam a controlar o seu avanço e dar mais qualidade de vida ao paciente. As terapias podem ser com medicamentos específicos ou associados a outras condições, como trombose in situ, hipoxemia, insuficiência cardíaca direita.
Além disso, existem as medidas não medicamentosas que envolvem a restrição de sódio na dieta, a não gravidez, a oxigenoterapia (oxigênio extra para elevar os níveis do paciente a patamares saudáveis) e, quando possível, a realização de exercícios físicos com acompanhamento especializado.
Além disso, existem as medidas não medicamentosas que envolvem a restrição de sódio na dieta, a não gravidez, a oxigenoterapia (oxigênio extra para elevar os níveis do paciente a patamares saudáveis) e, quando possível, a realização de exercícios físicos com acompanhamento especializado.
“O tratamento progrediu nos últimos anos, principalmente com as terapias combinadas. Mas, apesar dos avanços, os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas (PCDT), que auxiliam nas melhores condutas, medicamentos ou tratamentos para o paciente no SUS, não são atualizados desde 2014”, ressalta Flavia.
Atualmente, o SUS cobre o tratamento em monoterapia. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), órgão que ajuda o Ministério da Saúde nas decisões de incorporação de tratamentos e protocolos no SUS, realizou em março uma consulta pública para o uso de terapia combinada em pacientes com HAP.
E no segundo semestre está prevista a atualização do PCDT. “Essa atualização é fundamental para mudar a realidade dos pacientes, já temos evidências científicas robustas e suficientes que sustentam o uso da terapia combinada. Os pacientes brasileiros merecem um tratamento digno", complementa a especialista.
E no segundo semestre está prevista a atualização do PCDT. “Essa atualização é fundamental para mudar a realidade dos pacientes, já temos evidências científicas robustas e suficientes que sustentam o uso da terapia combinada. Os pacientes brasileiros merecem um tratamento digno", complementa a especialista.
Realizada desde 2020, a campanha “A vida merece um fôlego”, promovida pela Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, com apoio da Associação Brasileira de Apoio à Família Com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf), tem como objetivo a conscientização sobre a HAP para alertar e levar conhecimento sobre a doença àqueles que ainda não foram diagnosticados e empoderar os pacientes na busca por qualidade de vida.