
Rara, silenciosa, grave, progressiva, incapacitante, difícil de diagnosticar e que pode ter um prognóstico terminal. Essas são as características da hipertensão arterial pulmonar (HAP), doença lembrada mundialmente no último 5 de maio, data em que se inicia a campanha de conscientização “A vida merece um fôlego”.
Seus sintomas costumam ser falta de ar durante esforço físico (como subir escadas), dores no peito, fadiga, tontura, síncope (desmaio), palpitações e cianose (coloração azulada ou arroxeada na pele, tendo a insuficiência cardíaca direita como uma das causas de morte mais frequentes).
Seus sintomas costumam ser falta de ar durante esforço físico (como subir escadas), dores no peito, fadiga, tontura, síncope (desmaio), palpitações e cianose (coloração azulada ou arroxeada na pele, tendo a insuficiência cardíaca direita como uma das causas de morte mais frequentes).
Dados epidemiológicos estimam prevalência de, aproximadamente, 8 mil pessoas com HAP no Brasil, sendo 5 mil em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é comumente diagnosticada em mulheres, que costumam ser afetadas duas vezes mais que os homens, e geralmente entre os 30 e os 60 anos.
A jornada do paciente até o diagnóstico e tratamento costuma ser longa. Como os sinais iniciais costumam ser leves ou confundidos com outras condições cardíacas e pulmonares, a HAP acaba sendo de difícil diagnóstico e pode ser descoberta em um estágio relativamente avançado. Em média, levam-se dois anos desde o início dos sintomas até o diagnóstico.
“Pelas semelhanças com outras doenças e desconhecimento da patologia, muitas pessoas podem não ter ciência de ter a HAP. O diagnóstico pode ser confundido inclusive com depressão ou quadros psiquiátricos, visto a dificuldade dos pacientes às atividades diárias. Por isso, é fundamental falar sobre a doença, mostrando que quanto antes identificada, melhor o prognóstico e a manutenção da qualidade de vida.
O ecocardiograma transtorácico é o exame mais indicado para triagem e identificação da doença, por avaliar pressão sistólica da artéria pulmonar, além de outros dados, porém apenas o cateterismo cardíaco direito comprova o diagnóstico.
A identificação precoce do tratamento é fundamental para o prognóstico do paciente, preservando a função do ventrículo direito e atrasando a progressão da doença”, explica Flavia Navarro, chefe da Cardiologia Pediátrica e do Centro de Referência em Hipertensão Pulmonar da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e membro do Comitê Científico da Associação Brasileira de Apoio à Família Com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf).
O ecocardiograma transtorácico é o exame mais indicado para triagem e identificação da doença, por avaliar pressão sistólica da artéria pulmonar, além de outros dados, porém apenas o cateterismo cardíaco direito comprova o diagnóstico.
A identificação precoce do tratamento é fundamental para o prognóstico do paciente, preservando a função do ventrículo direito e atrasando a progressão da doença”, explica Flavia Navarro, chefe da Cardiologia Pediátrica e do Centro de Referência em Hipertensão Pulmonar da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e membro do Comitê Científico da Associação Brasileira de Apoio à Família Com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf).
Se não for controlada, a HAP pode progredir e diminuir a capacidade do paciente de fazer atividades físicas. Nos estágios mais avançados, torna-se difícil a realização de tarefas simples como tomar banho, pentear o cabelo e trocar de roupas. A doença diminui o calibre dos vasos, forçando o coração fazer mais força até ele acabar não resistindo, levando à insuficiência cardíaca e morte.
Apesar de ser uma doença grave ainda sem cura, existem tratamentos que ajudam a controlar o seu avanço e dar mais qualidade de vida ao paciente. As terapias podem ser com medicamentos específicos ou associados a outras condições, como trombose in situ, hipoxemia, insuficiência cardíaca direita.
Além disso, existem as medidas não medicamentosas que envolvem a restrição de sódio na dieta, a não gravidez, a oxigenoterapia (oxigênio extra para elevar os níveis do paciente a patamares saudáveis) e, quando possível, a realização de exercícios físicos com acompanhamento especializado.
Além disso, existem as medidas não medicamentosas que envolvem a restrição de sódio na dieta, a não gravidez, a oxigenoterapia (oxigênio extra para elevar os níveis do paciente a patamares saudáveis) e, quando possível, a realização de exercícios físicos com acompanhamento especializado.
“O tratamento progrediu nos últimos anos, principalmente com as terapias combinadas. Mas, apesar dos avanços, os protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas (PCDT), que auxiliam nas melhores condutas, medicamentos ou tratamentos para o paciente no SUS, não são atualizados desde 2014”, ressalta Flavia.
Atualmente, o SUS cobre o tratamento em monoterapia. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), órgão que ajuda o Ministério da Saúde nas decisões de incorporação de tratamentos e protocolos no SUS, realizou em março uma consulta pública para o uso de terapia combinada em pacientes com HAP.
E no segundo semestre está prevista a atualização do PCDT. “Essa atualização é fundamental para mudar a realidade dos pacientes, já temos evidências científicas robustas e suficientes que sustentam o uso da terapia combinada. Os pacientes brasileiros merecem um tratamento digno", complementa a especialista.
E no segundo semestre está prevista a atualização do PCDT. “Essa atualização é fundamental para mudar a realidade dos pacientes, já temos evidências científicas robustas e suficientes que sustentam o uso da terapia combinada. Os pacientes brasileiros merecem um tratamento digno", complementa a especialista.
Realizada desde 2020, a campanha “A vida merece um fôlego”, promovida pela Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, com apoio da Associação Brasileira de Apoio à Família Com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf), tem como objetivo a conscientização sobre a HAP para alertar e levar conhecimento sobre a doença àqueles que ainda não foram diagnosticados e empoderar os pacientes na busca por qualidade de vida.
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