Bandidos não param de inventar formas de aplicar golpes para tirar dinheiro das pessoas. Leitora manda relato bem detalhado do caso de um sobrinho que quase caiu em um golpe recentemente. Nunca é demais divulgar essas coisas, para alertar todos:
“Muito legal a forma de abordagem e impressionante a qualidade dos argumentos e a educação da mulher. O número 3003-3030 me ligou, falando que era do setor de segurança do Banco Itaú, dizendo que barraram o pix de R$ 14 mil por suspeita de fraude, pois foi feito de telefone em São Paulo.
Começaram com essa conversa e depois passaram vários dados meus para confirmação. Eles falavam e eu confirmava: nome, nome da mãe, telefones, e-mails, agência, conta, endereço, etc. Pedi para bloquear a conta, disseram que não era possível naquele momento, pois poderiam bloquear o meu acesso, deixando o acesso do 'fraudador' livre, mas que eu poderia ficar tranquilo, pois já estavam em contato com o Banco Central.
Isso me chamou a atenção. Por que Banco Central? Mas deixei quieto.
Logo em seguida, a atendente perguntou se eu havia perdido o cartão, conferi e estava comigo. Ela disse: 'Ótimo. Vire o cartão. Confira que estou ligando do número que está impresso nele'. De fato, era um dos números da central do cartão de crédito: 3003-3030, o que também me chamou a atenção. Por que o Itaú estaria me pedindo para confiar neles? Por que queriam provar que eram realmente do Itaú? Foi aí que acendeu a bandeira amarela.
Ela disse que mandaria SMS para confirmar o protocolo, enquanto fazia outras coisas. Disse o nome da pessoa, que o código do pix era uma chave aleatória, e ainda que a localização da pessoa era perto do Banco Bradesco (onde seria sacado o dinheiro).
Perguntou se o SMS havia chegado, eu disse que não (realmente não havia chegado). Aí, ela quis me ajudar a configurar o aparelho para receber o SMS. Achei isso muito estranho. A atendente golpista falou mais um pouco, ao todo ficamos uns 40 minutos ao telefone. Pedia informações de forma muito sutil: perguntou três vezes se meu saldo estava correto (queria que eu falasse que sim, os x mil reais estão aqui certinhos, o que, claro, não falei). Disse: 'O nome do seu gerente é o Caio, certo?', para que eu respondesse: 'Não é o Pedro'. Mas apenas respondi 'não'.
Quando me perguntou novamente se havia recebido o SMS para dar continuidade ao atendimento, disse que havia recebido, mas era mentira. Ela me pediu o número, afirmei que não poderia confirmar, porque poderia ser golpe. Pedi para ela me passar o número. Ela me passou e perguntou se era o mesmo. Quando eu disse que não, ela me perguntou novamente o número que eu tinha, e falei que não diria. Nessa hora, ela falou que bloquearia minha conta e meu gerente entraria em contato comigo depois. Desligamos.
Em seguida, liguei para meu gerente, o Pedro, e ele confirmou que se tratava de golpe. Todo cuidado é pouco, os estelionatários são profissionais e, de fato, conseguem ludibriar as pessoas de forma muito fácil. Fiquem espertos.”
Outro assédio muito suspeito ocorre com aposentados que têm empréstimo consignado. Atendentes ligam dizendo-se do banco onde foi feito o empréstimo, ou de outro banco – na realidade, não são de nenhum banco. Alegam que a pessoa está pagando juros abusivos e que conseguem reduzir os juros e o valor das parcelas em cerca de R$ 100.
Jamais conseguem explicar de onde são, não explicam como ganham dinheiro nessa negociação. Algumas pessoas que migraram só tiveram dor de cabeça e prejuízo. Foram obrigadas a voltar ao banco de origem e pedir ajuda para resolver o problema.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)