Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Influências do metabolismo no ganho (ou não) de peso

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Nosso corpo precisar funcionar perfeitamente. Qualquer coisinha que sai “fora dos eixos” já causa algum probleminha. Sentimos na hora. Algumas coisas são mais graves, mas as menores acabam sendo deixadas de lado. Porém, tem uma que devemos sempre nos atentar a ela, que é o metabolismo.





O metabolismo representa o processo químico pelo qual nosso corpo transforma os alimentos que ingerimos em energia. Essa é, portanto, uma função comum a todos os seres humanos e essencial para a nossa sobrevivência. Ele é dividido em duas etapas fundamentais: reações catabólicas (responsáveis pela “quebra” do que ingerimos em partes menores, de fácil absorção) e reações anabólicas (fazem uso dessas substâncias para a manutenção do funcionamento do nosso corpo).

O grande segredo está em como esse processo acontece. Dependendo da velocidade com que o nosso organismo queima as calorias ingeridas, é possível ter benefícios como a manutenção do peso corporal e uma maior dificuldade no acúmulo de gordura. Quem tem metabolismo acelerado tem facilidade para manter o peso e não acumular gordura. Já aqueles que têm metabolismo lento, têm dificuldade para emagrecer e propensão ao aumento de gordura acumulada.

Tenho uma colega de trabalho que fez cirurgia bariátrica em antes de mim. Certo dia, conversando com ela, me disse que a cirurgia não gerou o resultado esperado porque a médica não acreditou que ela comia pouco. Só depois de operada, com a baixa perda de peso, é que ficou comprovado que seu problema é seu baixíssimo metabolismo. Mesmo depois da bariátrica, ela teve que fazer regime e ginástica especializada com um personal para acelerar seu metabolismo.





O fato é que, apesar de existir muitos mitos que rondam o senso comum sobre perda de peso e funcionamento do metabolismo, algumas coisas realmente afetam nosso corpo. E muitas delas não são lembradas ou levadas em consideração no controle da obesidade, como a falta de sono e o consumo de bebidas alcoólicas, que engordam.

Este alerta é feito pelo endocrinologista e professor Filippo Pedrinola: “Alguns comportamentos que viraram rotina durante o isolamento social acabaram se tornaram hábitos que persistem até hoje. Não são raras as pessoas que afirmam que dormir mal e o consumo de álcool foram potencializados. Por isso, o alerta continua tão importante, ainda mais com a chegada do frio, em que aumenta o consumo de vinho, já que o álcool tem quase o dobro de calorias do açúcar”.

O processo de produção do álcool vem da destilação ou fermentação do açúcar, fazendo com que a molécula de açúcar, antes com quatro calorias, passe a ter sete. Pedrinola diz que o metabolismo acaba sendo bastante afetado pelo consumo do álcool, principalmente em quem está passando por um processo de emagrecimento. “Quando há a ingestão da bebida alcoólica, além de consumir o dobro das calorias do açúcar o metabolismo vai priorizar a eliminação do álcool do organismo. Isso significa que ele acaba deixando de lado o processo normal de queima calórica do corpo, proveniente dos alimentos que ingerimos, como se atrasasse o metabolismo”, explica o endocrinologista.





Como a moda agora são os coquetéis, os ingredientes que são acrescidos elevam em muito as calorias ingeridas. Infelizmente, as pessoas acham que o gin tônica, por não levar açúcar, não entra nessa regra, mas isso é uma impressão falsa.

“O problema do gin tônica é que a água tônica, principal ingrediente, é um dos refrigerantes mais calóricos que existem. O quinino em sua composição demanda uma grande adição de açúcar para que o sabor fique mais equilibrado. Existem alternativas para reduzir essa caloria, como utilizar água tônica com zero açúcar ou substituir o açúcar branco de uma caipirinha por adoçante. Não podemos afirmar que essas versões dos coquetéis alcoólicos não engordam, porém são opções mais adequadas para o consumo de quem está controlando o ganho de peso”, declara Pedrinola.

No caso do sono, uma única noite maldormida pode desregular todo o metabolismo. O ato de dormir é composto por quatro ciclos, cada um desses ciclos demora aproximadamente 90 minutos para se concluir, e a fase REM é essencial para o corpo e para a mente, sendo ela a responsável por liberar os hormônios necessários para o bom funcionamento do cérebro. Com a privação do sono, esses hormônios ficam desregulados, gerando uma hiperprodução de grelina, produzida no estômago e responsável por nos fazer sentir fome.

* Isabela Teixeira da Costa/Interina