Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Saiba por que 10 preciosos minutos podem salvar vidas

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A grande maioria da população é sedentária, fato. À medida que vamos envelhecendo, a preocupação maior nem é com a condição física, se teremos problemas para caminhar, subir e descer escadas, mas com a cabeça. A fixação de quem entra na casa dos 60 anos é o temido Alzheimer – mesmo porque, hoje, qualquer caduquice virou Alzheimer.





Todo mundo que já deu um google, pesquisou ou bateu papo informal com o médico – nem precisa ser neurologista – para saber como prevenir a mente dessa deterioração tão temida escutou a seguinte recomendação: exercite o cérebro, exercite o corpo pelo menos três vezes por semana, mantenha alimentação saudável.
 
E vem a pergunta: quantos estão obedecendo? Exercitar o cérebro, acredito que sim. Afinal, leitura, joguinhos de raciocínio que existem a rodo no celular e computador, fazer palavras-cruzadas é fácil, mas e o exercício do corpo?

Esta semana, li um artigo que dizia que caminhar 10 minutos por dia pode levar a uma vida mais longa. Sou bastante cética nessa questão, fiquei me questionando como tão pouco exercício poderia afetar a nossa vida. E continuei a leitura.

Segundo estudo publicado no Jama Internal Medicine, revista científica internacional, mais de 111 mil mortes/ano poderiam ser evitadas no mundo com o hábito da caminhada diária de 10 minutos a mais do que já é feita.





Isso me chamou a atenção. O artigo foi escrito pela colunista Gretchen Reynolds, do New York Times. 

Na verdade, o estudo analisou cerca de 5 mil homens e mulheres de
45 a 85 anos, no período de 2003 a 2006, mensurando o quanto eles se movimentavam por dia.

Depois de várias análises e cálculos, chegaram à conclusão de que se cada pessoa caminhasse diariamente de forma mais rápida por 10 minutos além do que já faz normalmente, poderiam ser evitadas 111 mil mortes por ano.

Pesquisadores executaram o mesmo cenário estatístico com todos se exercitando mais 20 minutos por dia e, finalmente, mais 30 minutos por dia, verificando os resultados de mortalidade.

Certo número de pessoas viveria mais em qualquer desses cenários. De acordo com o modelo, se cada adulto capaz caminhasse rapidamente ou fizesse outro exercício mais 20 minutos por dia, o número de mortes potencialmente evitadas aumentaria para 209.459. Exercitar mais 30 minutos evitaria 272.297 mortes.





Pedro Saint-Maurice, epidemiologista no Instituto Nacional do Câncer, que liderou o novo estudo, afirma que existe uma mensagem nesses dados para as instituições de saúde pública sobre a importância de promover a atividade física para reduzir mortes prematuras, e ela se aplica igualmente a cada um de nós.

Resta a nós fazer a nossa parte. Vamos levantar o bumbum do sofá e começar a dar caminhadas por aí, diariamente, de pelo menos 10 minutos, para termos uma vida um pouquinho mais longeva e saudável.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)