Acredito – e espero – que todas as pessoas estejam tão estarrecidas quanto eu com as cenas da agressão sofrida, na segunda-feira (20/6), pela procuradora-geral do município de Registro, cidade do interior de São Paulo, Gabriela Samadello Monteiro de Barros, pelo colega de trabalho, o também procurador Demétrius Oliveira de Macedo, de 34 anos.
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Na minha opinião, nada justifica agressão física, mas o agressor alega ter se irritado com a abertura de um processo administrativo contra ele, por seu comportamento agressivo no local de trabalho.
Admitiu que agrediu a vítima e alegou que fez isso por que sofre assédio moral. Só o que faltava. Depois dessa prova, está mais que comprovado que o comportamento dele deve ser controlado atrás das grades.
Admitiu que agrediu a vítima e alegou que fez isso por que sofre assédio moral. Só o que faltava. Depois dessa prova, está mais que comprovado que o comportamento dele deve ser controlado atrás das grades.
Não bastassem as cenas chocantes, a atitude do delegado de soltar o monstro causou revolta nas redes sociais e o movimento acabou repercutindo também nas mídias oficiais.
Até quando esses machões covardes ficarão soltos e impunes? Até quando serão acobertados por seus pares?
A administração municipal já determinou de imediato que o agressor seja suspenso, mas isso não é suficiente. Ele vai ficar solto e do jeito que provou que é, corre o risco de atentar contra a vida de Gabriela. Não são poucos os casos de mulheres assassinadas por terem sido agredidas, ter denunciado e, quando o homem é solto, decide se vingar.
Espero que os leitores ainda se lembrem do caso da mulher que foi esfaqueada pelo ex-namorado em frente aos filhos, em uma manhã de domingo, no Bairro Gutierrez. Mais uma vez, o agressor contou com a ajuda de um homem.
Ele foi na casa da ex-namorada, de noite, acompanhado de sua mãe, o porteiro interfonou, a moradora não atendeu, e o porteiro, sabendo que o ex-casal vivia brigando, deixou o homem entrar em um apartamento que não era dele.
O cara entrou, quebrou a casa toda. E dois dias depois, voltou para terminar o serviço. Só não conseguiu porque a babá, muito corajosa, agarrou o agressor. Com isso, as diversas facadas não conseguiram ser muito profundas.
Ele foi na casa da ex-namorada, de noite, acompanhado de sua mãe, o porteiro interfonou, a moradora não atendeu, e o porteiro, sabendo que o ex-casal vivia brigando, deixou o homem entrar em um apartamento que não era dele.
O cara entrou, quebrou a casa toda. E dois dias depois, voltou para terminar o serviço. Só não conseguiu porque a babá, muito corajosa, agarrou o agressor. Com isso, as diversas facadas não conseguiram ser muito profundas.
E olha que estamos falando de Região Sudeste, capital de um estado grande. No caso recente, apesar de morarem em uma cidade do interior, são procuradores, pessoas que trabalham com a lei, mas se acham acima dela e encontram pessoas que ajudam a deixá-las impunes.
O machismo aqui é tão grande que as autoridades só se preocupam quando a vítima morre; aí não tem mais o que fazer. E viva o Brasil.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)