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ANNA MARINA

Quase 69% dos brasileiros não dormem bem. Você está entre eles?

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A maioria dos brasileiros tem dificuldade para dormir, e isso está comprovado em estudo feito pelo Instituto do Sono. Segundo os dados apresentados no Congresso Brasileiro do Sono, realizado em 2021, 68,8% dos brasileiros não dormem bem. Além disso, 59,4% das pessoas acordam mais de uma vez durante a noite e esses percentuais são muito acima da média mundial, que é de 45%.





As recentes pesquisas mostram que o sono do brasileiro está piorando, principalmente após o pico da pandemia, mais do que nunca profissionais multidisciplinares, que estudam o tema, apontam para a única solução: as pessoas precisam dormir melhor. Fácil falar, o difícil é fazer valer.

A falta de sono pode causar outras doenças e provocar o “mal do século”, que é o estresse. Uma das causas são os atrativos digitais que levam as pessoas a quererem se manter “on-line”, enfeitiçadas pelas redes sociais, streamings e TVs, e acabam considerando que dormir é uma perda de tempo.

Em seu livro “Chega de estresse – o guia definitivo para gerenciar o estresse”, a pesquisadora Flavia Hesse trata o tema baseado em sete pilares – e o primeiro deles é o sono. Segundo a autora, ter um bom sono é o primeiro e mais importante passo para o controle do estresse.





O neurocientista David Amem diz que “a falta de sono afeta todos os aspectos da saúde, entre eles as funções da imunidade, metabolismo e memória”. Cada indivíduo deve saber quanto de tempo precisa para considerar que dormiu bem. Mas as pesquisas científicas apontam que o ideal é de sete a nove horas.

Penso que essas pesquisas não levaram em conta a idade das pessoas, porque, à medida que ficamos mais velhos, passamos a dormir menos. Há alguns anos que durmo, no máximo, seis horas por noite. Por outro lado, começamos a dar umas cochiladas durante o dia ou no início da noite, em frente a televisão. Eu comecei a fazer isso.

Tenho um irmão, que é neurologista, e uma das vezes que me encontrei com ele disse que estava preocupada, que estava ficando muito velha antes da hora, porque era sentar no sofá para ver televisão que começava a “pescar baleia”, tão forte que acordava quando a cabeça caía quase quebrando meu pescoço. O alívio veio quando ele respondeu que eu estaria velha no dia que não assumisse esse fato. Me tranquilizou.





Uma boa noite de sono ajuda a equilibrar o apetite, melhora o funcionamento cardiovascular, ajuda no raciocínio lógico, mantém a flora intestinal saudável etc. Cada ciclo do sono dura em média 90 minutos e, durante a noite, o sono passa por diversas fases, o NREM, por exemplo, é composto de três estágios – adormecer, leve e profundo –, e o REM que é aquele no qual sonhamos.

Algumas dicas de como dormir melhor e quais são os principais inimigos do sono:

1. Procure se deitar e se levantar habitualmente nos mesmos horários, mesmo nos fins de semana.

2. Cochilar de 10 a 30 minutos depois do almoço relaxa para o dia e não atrapalha de noite.

3. Não fazer atividade física à noite.

4. Evitar bebidas com cafeína à noite.

5. Comer alimentos leves no jantar.

6. Evitar o consumo de bebidas alcoólicas.





7. Diminuir a exposição à luz durante a noite (lâmpadas fortes, telas de computador, tablets e celulares podem atrapalhar a produção de melatonina, e devem ser reguladas ou evitadas no quarto).

8. Criar um local aconchegante para dormir (iluminações do despertador, da rede sem fio, modem, decodificador, TV podem prejudicar o sono, assim como barulhos da rua, ronco do parceiro ou da parceira e movimentações de animais domésticos).

9. Desligar a TV e outros aparelhos.

10. Fazer atividades relaxantes à noite.

11. Ler antes de dormir.

12. Tentar não “brigar” com a insônia (ir para a cama sem sono não ajuda. O ideal é fazer alguma atividade com pouca luz e que não provoque agitação).

Não precisa nem dizer que o contrário do que citamos acima é veneno para o sono.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)