Tem um ditado que diz: “depois dos 60, se quebrar não emenda”. Mesmo que não seja 100% verdadeiro, se aproxima bem da realidade e é alerta para quem entrou na terceira idade. Estou tocando neste assunto porque dois acidentes recentes ocorreram com pessoas próximas.
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Muitas vezes, esquecemos que a idade nos impõe certos limites. Vamos dizer que “esquecemos” que estamos ficando velhos, e acabamos fazendo coisas que a cabeça manda, mas o corpo não acompanha. E aí é chão na certa. Muitas vezes, aparentemente, não acontece nada, mas, quando examinamos mais profundamente, o médico encontra uma trinca ou outra coisa que demanda mais cuidados.
Outro problema é nossa teimosia. Quanto mais velho ficamos, mais teimosos somos e mais donos da verdade. Aí, fica mais difícil de as pessoas nos ajudarem, de aceitarmos essa ajuda e de seguirmos as recomendações que nos fazem. Ontem, estava conversando com uma vizinha, e ela me contou que quase caiu ao sair de um táxi, porque foi fechar a porta batendo com a mão para trás em vez de virar seu corpo primeiro. Perdeu o equilíbrio e, por pouco, não desabava no chão.
Lembro-me até hoje de dois episódios que ocorreram com minha mãe. Ela mora no nosso sítio. Sempre gostou de mexer com a terra. Cuidava da horta, do pomar e do jardim. Um dia, estava fazendo a limpeza da horta, que fica perto de um morro. Foi jogar fora um galho, esqueceu-se de soltá-lo e foi junto. Despencou uns quatro metros de altura, a sorte é que na metade do caminho caiu no morro e desceu rolando. Resultado: quebrou o braço entre o ombro e o cotovelo. Demorou foi tempo para tirar a tala, tudo em uma tentativa de evitar cirurgia. Deu certo.
A outra vez foi dentro de casa. Estava andando, a pantufa ficou e o corpo foi. Não quebrou nada, mas machucou o rosto. Seu médico, Samuel Vianey, fez severa recomendação: nunca mais usar nenhum tipo de calçado que não prenda o calcanhar. Ele disse que é um perigo. E ela obedeceu? Que nada, foi uma luta. Custamos a fazê-la abandonar os chinelos abertos.
Esta semana, um vizinho caiu dentro de casa por causa disso: uso de calçado inadequado. Ia de cara no chão. Para se proteger, deu uma virada e acabou deslocando o ombro e ganhando luxação na clavícula e na bacia. Ele é muito alto e foi preciso chamar a ambulância para levá-lo ao hospital. Graças a Deus, não quebrou nada, mas foi por um triz.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)