Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Queda de idosos: perigo que exige atenção redobrada na terceira idade

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Tem um ditado que diz: “depois dos 60, se quebrar não emenda”. Mesmo que não seja 100% verdadeiro, se aproxima bem da realidade e é alerta para quem entrou na terceira idade. Estou tocando neste assunto porque dois acidentes recentes ocorreram com pessoas próximas.





Muita gente tem ligado e enviado e-mail perguntado por que a titular da coluna está demorando tanto para retornar de férias. Pois bem, achei melhor dizer aqui para tranquilizar os leitores e amigos. Há pouco mais de um mês, Anna Marina sofreu uma queda ao sair de um táxi. Coisa boba, mas que deixou um certo estrago. Deixarei ela contar como tudo aconteceu quando retornar, porque tem um jeito único de relatar as coisas, e não vou estragar esse prazer, tanto dela quanto dos leitores.

O resultado foi uma fratura na 11ª vértebra, que gerou muitas dores e a necessidade do uso de um colete bastante incômodo. O médico pediu que ela se movimente, mas com cuidado e sem exageros para evitar esforço ou outra possível queda. O tratamento é demorado, a previsão é de mais ou menos 45 dias ainda.

Muitas vezes, esquecemos que a idade nos impõe certos limites. Vamos dizer que “esquecemos” que estamos ficando velhos, e acabamos fazendo coisas que a cabeça manda, mas o corpo não acompanha. E aí é chão na certa. Muitas vezes, aparentemente, não acontece nada, mas, quando examinamos mais profundamente, o médico encontra uma trinca ou outra coisa que demanda mais cuidados.





Outro problema é nossa teimosia. Quanto mais velho ficamos, mais teimosos somos e mais donos da verdade. Aí, fica mais difícil de as pessoas nos ajudarem, de aceitarmos essa ajuda e de seguirmos as recomendações que nos fazem. Ontem, estava conversando com uma vizinha, e ela me contou que quase caiu ao sair de um táxi, porque foi fechar a porta batendo com a mão para trás em vez de virar seu corpo primeiro. Perdeu o equilíbrio e, por pouco, não desabava no chão.

Lembro-me até hoje de dois episódios que ocorreram com minha mãe. Ela mora no nosso sítio. Sempre gostou de mexer com a terra. Cuidava da horta, do pomar e do jardim. Um dia, estava fazendo a limpeza da horta, que fica perto de um morro. Foi jogar fora um galho, esqueceu-se de soltá-lo e foi junto. Despencou uns quatro metros de altura, a sorte é que na metade do caminho caiu no morro e desceu rolando. Resultado: quebrou o braço entre o ombro e o cotovelo. Demorou foi tempo para tirar a tala, tudo em uma tentativa de evitar cirurgia. Deu certo.

A outra vez foi dentro de casa. Estava andando, a pantufa ficou e o corpo foi. Não quebrou nada, mas machucou o rosto. Seu médico, Samuel Vianey, fez severa recomendação: nunca mais usar nenhum tipo de calçado que não prenda o calcanhar. Ele disse que é um perigo. E ela obedeceu? Que nada, foi uma luta. Custamos a fazê-la abandonar os chinelos abertos.

Esta semana, um vizinho caiu dentro de casa por causa disso: uso de calçado inadequado. Ia de cara no chão. Para se proteger, deu uma virada e acabou deslocando o ombro e ganhando luxação na clavícula e na bacia. Ele é muito alto e foi preciso chamar a ambulância para levá-lo ao hospital. Graças a Deus, não quebrou nada, mas foi por um triz.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)