Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Exames de prevenção são importantes, mas preocupação excessiva não faz bem

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis


 
No último dia 10, morreu Carlos Rogério Zech Coelho. Foi um susto para todos que o conheciam. Ele estava supersaudável, tinha 65 anos, foi atleta da equipe principal do vôlei masculino do Minas Tênis Clube nas décadas de 1970 e 1980, passou pela Escola de Formação de Atletas e iniciou a sua carreira no esporte aos 18 anos, conquistou medalhas de vice-campeão mundial juvenil pela Seleção Brasileira, em 1976. 




 
Fazia ginástica quase diariamente, era uma pessoa ativa e ainda trabalhava com esporte, era sócio da Panda Promoções e Eventos (responsável pela realização de diversos eventos esportivos no Brasil).
 
Fiquei sabendo que quando estava saindo da ginástica – no Minas – passou mal e desmaiou. Teve um acidente vascular cerebral (AVC) e ficou em coma. Dois ou três dias depois, teve morte cerebral. 

Podemos pensar que ele já era idoso. Cronologicamente, sim. Mas venhamos e convenhamos, pessoas de 60 anos só são idosas para a lei; 90% dos que estão entre 60 e 70 anos estão inteiraços, ativos, produtivos. Na semana em que ele morreu, minha mãe passou mal e tivemos que levar o dr. Samuel Vianney para vê-la – olha eu falando dele aqui, novamente –, porque ela tem dificuldade de locomoção e mora no sítio, em Santa Luzia.
 
No caminho, tocamos no assunto da perda do Carlos Rogério e o dr. Samuel disse que, provavelmente, ele deveria ter uma má-formação congênita e por isso teve esse AVC fulminante. Respondi que essas coisas são difíceis de saber, porque ninguém sai fazendo exames de imagem do cérebro do nada, só para pesquisa e prevenção. 




 
E nosso querido e competente médico falou que, se isso ocorresse, morreria mais gente do que agora, porque seria um tal de querer operar para corrigir pequenos problemas que talvez nunca causassem nenhum dano. E o risco da cirurgia seria maior e com certeza teríamos mais óbitos.
 
Claro que temos que fazer checape, que devemos seguir as recomendações médicas fazendo mamografias, Papanicolau, exames de próstata, colonoscopia, enfim, todos esses exames que podem detectar alguma doença mais grave, no início, permitindo assim um tratamento eficaz. Mas procurar agulha em palheiro é uma atitude desnecessária, penso eu.
 
É aquela velha história: quem procura, acha. Muitas vezes, é melhor desconhecer algumas coisas e viver da melhor forma possível, buscando qualidade e saúde com boa alimentação, atividade física e alegria. 



 importante é tomar uma decisão de mudar, e pelo menos começar a caminhar três a quatro vezes por semana, para não enferrujar as articulações, e isso não é apenas para quem já entrou na chamada terceira idade, não. Isso é para todo mundo que quiser ter saúde.
 
Fiquei sabendo que os médicos tinham atestado a morte cerebral por uma amiga, que também falou que a família ainda não tinha divulgado nada. Na mesma hora, disse que deveriam estar olhando a questão da doação de órgãos.

De fato, Carlos Rogério doou 16 órgãos para transplante. Não sei quais foram, mas é possível doar dois rins, fígado, coração, pâncreas, dois pulmões, duas córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem e medula óssea.
 
Imagino o quanto a família e os amigos estão sofrendo, mas tenho certeza de que se sentem confortados com o lindo ato de amor que salvou tantas vidas. Que isso sirva de exemplo para todos.

Isabela Teixeira da Costa/Interina