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ANNA MARINA

Zé Carioca, oitentão, ganha série de celebrações

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O mais brasileiro dos personagens da Disney, o querido papagaio Zé Carioca, faz 80 anos este ano e as comemorações já começaram. A primeira delas foi o lançamento do livro “O essencial do Zé Carioca: Celebrando os 80 anos da sua estreia”, na Bienal Internacional do Livro, em São Paulo.





A certidão de nascimento “oficial” do Zé Carioca diz que ele nasceu em 24 de agosto de 1942, quando o desenho animado “Alô, amigos” estreou no Rio de Janeiro, antes mesmo de seu lançamento americano. Porém, segundo Hollywood, a data está errada. De acordo com essa versão, Zé Carioca teria surgido em 1941, durante uma visita de Walt Disney ao Brasil.

A história dá até o local do nascimento: o restaurante do Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde Walt Disney teria desenhado o personagem num guardanapo. Bem, pelo visto ele criou, mas demorou um ano para nascer, porque agora, em 2022, eles comemoram os 80 anos, confirmando a primeira informação.

Nos Estados Unidos, o simpático e divertido papagaio foi batizado como Joe Carioca e conquistou o coração de milhares de fãs no mundo todo e, no Brasil, é conhecido por Zé Carioca. No filme, “Pato Donald e Zé Carioca” juntos os segredos da latinidade em meio a muita música. Suas aventuras tiveram continuidade nos quadrinhos, nos quais o papagaio apareceu vivendo nos morros do Rio de Janeiro, comendo feijoada e jogando futebol, além de contar também com novos personagens, diferentes tramas e parentes de outras regiões do país.





Zé Carioca é filho da Segunda Guerra Mundial. Nasceu por causa de uma ação de política de boa vizinhança. Vejam: No início de 1941, os Estados Unidos ainda não tinham sido atacados pelos japoneses, mas assistiam com preocupação à expansão deles no Pacífico. Apoiavam abertamente os ingleses contra a agressão alemã. O governo americano de Franklin Roosevelt nem se preocupava em fingir neutralidade.

Percebendo a iminência de um choque com o Japão, o Departamento de Estado americano decidiu fazer uma política de boa vizinhança, caso o país entrasse em guerra e precisasse ter suas costas protegidas. Tinha que ser simpático com os países da América Latina. O “relações-públicas” foi Walt Disney que veio ao Brasil e também foi à Argentina, ao Chile e ao Peru.

Foi nessa viagem que Walt conheceu vários artistas brasileiros e suas criações, entre eles José Carlos de Brito e Cunha, que mostrou o desenho de um papagaio vestido de gente e teria sido a principal inspiração para Disney na criação de seu herói. Críticas e controvérsias à parte, Zé Carioca entrou para o time Disney representando o brasileiro: malandro que detesta trabalhar, vive na farra, recusa qualquer compromisso e se interessa apenas por samba e futebol. Se aceitamos a ingenuidade da representação, mesmo que superficial e estereotipada, mostra que o brasileiro é um povo singular.





O livro foi lançado pela Disney e pela editora Culturama, tem capa dura e traz 14 histórias que retratam momentos marcantes da vida do papagaio, desde seus primórdios até a fase mais recente, acompanhados de artigos repletos de informações, curiosidades e imagens incríveis.
Para o lançamento a editora criou um espaço temático e virtual do Zé Carioca, em seu estande na bienal, para que os visitantes pudessem fazer selfs e celebrar a data junto do personagem. O livro está disponível no site da Culturama e em livrarias.

Além do livro, a Disney está preparando diversas ações e ativações ao longo dos próximos meses para comemorar o aniversário do brasileirinho, como o lançamento de produtos de consumos, conteúdos especiais nas redes sociais e muita coisa mais.

(Isabela Teixeira da Costa/ Interina)