Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Você sabe guardar e manipular seus remédios? Confira as dicas

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Outro dia, estava conversando com algumas amigas e, apesar de não sermos hipocondríacas, o assunto acabou em remédios. Fiquei impressionada de ver como elas não sabiam algumas coisas que pensei ser informação de conhecimento geral. Uma delas disse na mesma hora que eu precisava escrever uma coluna sobre isso, então, pedido feito, pedido atendido.





Pelo visto, muitas pessoas não sabem, mas cada medicamento é feito e embalado de determinada forma por um motivo específico. Quando manipulamos ou tiramos os remédios das embalagens originais, muitas vezes podemos até fazê-los perderem sua ação. Vou explicar.

Geralmente, tiramos os remédios das embalagens para colocar nas caixinhas com dias da semana e horários, facilitando nossa vida e evitando esquecer de tomar ou confundir as bolas, tipo “será que já tomei o remédio depois do almoço”, etc. Só que, na maioria das vezes que “organizamos” os remédios, esquecemos de lavar as mão antes, e isso pode levar alguma contaminação para algum dos medicamentos.

Mas esse não é o grande problema. Alguns medicamentos não podem ter contato com a luz ou com o ar – são aqueles que vêm em cartelas foscas ou prateadas. Quando tiramos o comprimido da cartela original para colocá-lo no organizador, ele entra em contato com a luz ou o ar, o que poderá fazer com que seu princípio ativo seja degradado com facilidade, perdendo ou diminuindo seu efeito. Manter o remédio em sua embalagem original garante sua qualidade.





Outra coisa que as amigas não sabiam é que só podemos partir ao meio os comprimidos que vêm com aquele sulco no meio, indicando o local correto para o corte. Se partirmos, ele terá metade da dosagem do medicamento, de forma correta. Comprimidos que não vêm com este sulco não podem ser partidos.

Eles vêm com um revestimento especial para proteger alguns medicamentos que estão dentro dele, que podem ser destruídos totalmente no estômago pela acidez do suco gástrico. A camada protetora é para que ele chegue íntegro ao intestino e só lá eja absorvido pelo organismo. Ele vai se desmanchando lentamente e isso dá mais conforto ao paciente. Por não poder ser partido, não tem equilíbrio dos seus componentes, assim, se a pessoa teimar em “desobedecer” as indicações, partir e tomar, nada garante que tomará metade da dosagem.

O ideal é recortar a embalagem e guardar o medicamento na caixinha organizadora, na embalagem original. Se não couber, a sugestão é ter uma bolsinha de remédios na gaveta ou dentro da bolsa, caso precise tomar remédios durante o dia.





Se precisar, faça uma tabelinha, em uma folha ou no celular, com nome e horário de cada medicamento. Para falar a verdade, acho essa história de tabela bem confusa. Prefiro escrever nas caixinhas, colocar tudo em uma cestinha e pronto, recorro a ela diariamente. O bom do celular é que podemos programar alarmes, assim não esquecemos o horário correto.

Lembro-me bem quando meu pai teve um infarto e precisou fazer cirurgia de safena. Quando retornou para casa, era uma batelada de remédios. Não morava mais com ele, mas ia diariamente à sua casa e colocava os remédios em copinhos, identificados por horário, com todos os comprimidos, certinhos, para o dia todo. Dessa forma, a segunda esposa dele só precisava ler a etiqueta e medicá-lo.

No dia seguinte, cedinho, estava lá, de novo, reabastecendo os copinhos. Essa rotina durou mais ou menos dois meses e foi necessária porque ela estava com um bebê recém-nascido e uma criança pequena, além de ter meu pai se recuperando da cirurgia. Deu tudo certo, e foi uma ótima oportunidade de ficar mais próxima dele, em seus cuidados pós-operatório.

Estão aí as dicas sobre medicamentos.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)