Nunca soube que chocolate estragava. Aprendi com uma péssima experiência e tenho que alertar o leitor. Semana passada, “envenenei” minha filha. Isso mesmo, foi sem querer, mas ela passou muito mal.
Era firme, dura, em nenhum momento suspeitei se tratar de uma ganache ou recheio que levasse algum outro ingrediente além do puro chocolate. Guardei.
Sempre achei que essa era a imagem máxima de um chocolate velho, mas nunca estragado. Não tinha mofo, nem bolor e nem estava esbranquiçado. Dei a ela, que, pelo que vi no dia seguinte, deu três mordidas pequenas.
Isso continuou por três dias, e só então consegui levá-la ao hospital. Depois de exames, soro e vários medicamentos na veia, relaxei achando que estaria curada. Que nada. No sábado pela manhã, o vômito voltou com força total, e no domingo também. Só foi melhorar na segunda-feira.
Inclusive marcas conhecidas já passaram por esses problemas e foram obrigadas a ressarcir os consumidores. O fungo, por si só, não causa mal, mas alguns tipos produzem micotoxinas que causam desde intoxicações alimentares até câncer do sistema hepático.
Um ciclo que começa com incentivos fiscais concedidos aos fabricantes e termina provocando obesidade, diabetes, câncer e complicações cardiorrespiratórias, entre outros problemas de saúde. No Brasil, o tratamento dessas doenças custa, por ano, R$ 3 bilhões ao SUS. Só os casos de diabetes passam de 1,3 milhão.