Jornal Estado de Minas

COMPORTAMENTO

Mudar de opinião faz parte do amadurecimento, do aprendizado da vida

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Quando decidi abrir um site de crônicas e artigos, conversei com uma colega aqui do jornal perguntando sua opinião. Ela me disse várias coisas muito legais, me incentivou, mas fez uma ressalva: não escreva nada sobre Deus nem sobre política, são temas polêmicos e os comentários podem ser agressivos. Evito falar ao máximo sobre política, até porque esse tema, de uns anos pra cá, virou motivo de acirradas brigas entre amigos e entre família, mas não consigo evitar falar de Deus.





Por isso, que me perdoem os leitores ateus e agnósticos, mas a cada dia que passa me apaixono mais por Deus e sua infinita sabedoria. Ele é de fato maravilhoso. Uma das coisas que tem me encantado bastante é a beleza da vida, que nos foi dada por Ele. Uma das coisas que acho mais lindo na vida é o fato de termos filhos, ensinarmos as coisas a nossos filhos e, com o passar dos anos, eles passam a nos ensinar coisas – e essa troca de ensinamentos, de experiências é que torna a vida tão rica.

Ontem (2/8), pela manhã, resolvi dar uma “passeada” pelo Instagram, ver o que os amigos tinham postado e vi que minha filha Luisa (@luisacarnevali) tinha postado um texto, no qual ela conta uma coisa que aprendeu aos 13 anos – e não foi comigo –, que achei muito bonita e vou compartilhar com vocês.

“Talvez seja obvio para você, mas, às vezes, o óbvio precisa não apenas ser dito, mas ser repetido. Quando tinha 13 anos uma amiga me contou uma história que repito para mim mesma de tempos em tempos.





Certo dia, uma senhora estava sentada em sua cadeira de balanço, munida de agulha, linha e alguns tecidos. Seu netinho, ainda pequeno, sentou-se aos seus pés enquanto brincava. Depois de um tempo, olhou para cima e viu um emaranhado de linhas. Ficou admirado sem entender nada. Por que sua avó estava dedicando tanto tempo àquela coisa embolada em suas mãos? O que era aquilo? Não fazia sentido algum.

Foi só depois de algum tempo que sua avó o pegou no colo e mostrou aquilo no que gastou tanto tempo para realizar. O emaranhado de linhas, na verdade, era uma linda paisagem bordada. O menino ficou surpreso com a beleza do que estava agora, diante dos seus olhos.

Um ponto de vista muda a vista toda.”

E minha filha continuou: “Os perfeccionistas querem que o avesso do bordado fique tão lindo quanto a frente, mas ele conta a história do processo do bordado em nós, emaranhados, espaçamentos, pontos diferentes etc.”





E a vida é assim. Somos humanos, imperfeitos, erramos, mas podemos reconhecer nosso erro, arrepender, pedir perdão e seguir em frente. Somos teimosos, temos opiniões e as defendemos, e muitas vezes vemos que elas não são as mais certas e percebemos que opinião pode ser mudada, faz parte do amadurecimento, do crescimento.

Seria muito fácil de agíssemos assim, porém somos orgulhosos, não nos dobramos facilmente. Lembramos de todas as mordidas que tomamos ao longo da vida, provavelmente os mais privilegiados lembrem do dia e da hora que foram mordidos, mas nunca lembramos das mordidas que demos nos outros. E pode ter certeza que demos, muitas, algumas propositalmente, conscientemente, outras sem nem perceber, e nem por isso deixamos de ferir o outro. E é esse orgulho que impede o perdão, que retém a mágoa. Só que a mágoa e a falta de perdão faz mais mal para quem a guarda do que para a outra pessoa, que não sabe o que aconteceu, e vive a vida numa boa. Tá um motivo para repensar.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)