O mundo perdeu mais um gigante da moda. O estilista japonês Issey Miyake morreu aos 84 anos, vítima de câncer no fígado. Ele foi responsável por unir o Oriente ao Ocidente. Ficou famoso por seus modelos plissados e atemporais, que não amassam, e pelo suéter de gola alta usado por Steve Jobs.
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Ele queria ser dançarino e atleta, mas quando viu as revistas de moda da irmã, apaixonou-se e mudou o rumo de sua história. Estudou design gráfico na Tama Art University, em Tóquio, e em 1965 foi para Paris, onde estudou na École de la Chambre Syndicale de la Couture Parisienne, centro renomado de alfaiataria. Trabalhou para Guy Laroche e Hubert de Givenchy, dois ícones da alta-costura, antes de se mudar para Nova York para ajudar Geoffrey Beene.
Ao voltar para Tóquio em 1970, fundou o Miyake Design Studio, de moda feminina. Seus primeiros desenhos misturavam com maestria Oriente e Ocidente, usando técnicas japonesas de bordado e desenhos de tatuagem. Foi na década de 1980 que ele começou a desenvolver um novo tecido, capaz de se expandir verticalmente com centenas de pequenas dobras, inspirado nos vestidos de seda plissados Delphos, desenhados por Henriette Negrin e seu marido, Mariano Fortuny, no início do século 20.
O estilista japonês levou essa ideia um passo adiante, misturando técnicas tradicionais e recém-desenvolvidas para criar roupas plissadas permanentes que eram ao mesmo tempo vanguardistas, confortáveis, arquitetônicas e naturais.
Inovador e dono de criatividade majestosa, Issey Miyake sempre surpreendia com suas invenções. Em 2007, lançou o Reality Lab para explorar materiais duráveis e ambientalmente sustentáveis. Recebeu vários prêmios por seu trabalho como designer de moda e também como artista.
Em 2005, Miyake ganhou o Praemium Imperiale de Escultura; em 2006, o Prêmio de Artes e Filosofia de Kyoto; em 2010, recebeu a Ordem de Cultura do Japão. Em 2014, conquistou o 23º Prêmio Compasso d'Oro ADI, com a família de luminárias IN-EI Issey Miyake, Artemide.
Isabela Teixeira da Costa/Interina