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Estado de Minas ANNA MARINA

Mitos e verdades sobre a celulite, o terror das mulheres

Especialistas advertem: tratamentos só devem ser iniciados depois de o paciente se conscientizar sobre a importância de mudar seu estilo de vida


19/08/2022 04:00 - atualizado 18/08/2022 23:08

ilustração mostra corpo de mulher com seta indicando local de celulite nas pernas

Até hoje só vi uma mulher sem celulite: a Sheila Carvalho, dançarina do É o Tchan, na época do sucesso da banda. Dizem que oito a cada 10 mulheres têm celulite e é preciso mudar o estilo de vida para conseguir enfrentá-la. Especialistas desvendam mitos e verdades que rondam o problema.

"A celulite nada mais é que inflamação do tecido adiposo. As células gordurosas sofrem alteração, apresentando excesso de gordura e deformidade da sua parede. Essas irregularidades aparecem na superfície, formando uma série de ondulações na pele – a diminuição de fibras de colágeno agrava o problema. Como o tecido de gordura é flácido, precisa de colágeno para ser sustentado. Quando esse colágeno não é suficiente, surge a celulite", explica a dermatologista Paola Pomerantzeff.

O problema é muito mais comum nas mulheres por conta do hormônio estrogênio, diretamente envolvido nesse processo de inflamação. Porém, maus hábitos ajudam a formar celulite.

"Estudo recente mostrou que, anatomicamente, há diferenças que justificam a maior incidência nas mulheres. A pele é composta por duas camadas de gordura (superficial e profunda), separadas pela fáscia superficial. Nos homens, há maior número de lóbulos de gordura subcutânea e maior número de bandas fibrosas, mais conexões fibrosas entre a fáscia superficial e a derme, em comparação com o sexo feminino. Dessa forma, uma força maior é necessária para romper essas conexões", explica Cláudia Merlo, médica especialista em cosmetologia pelo Instituto BWS.

Mito muito propalado é que as pessoas magras não têm celulite. Ela independe do peso, está ligada ao alto percentual de gordura. "O consumo de alimentos inflamatórios também pode causar o problema, que aumenta com a idade", observa a especialista.

 
É verdade que o excesso de peso piora a celulite. O médico Abdo Salomão Jr. diz que  hormônios femininos predispõem gordura nas regiões dos quadris e coxas – onde existe acúmulo maior de gordura, há maior probabilidade de celulite.

Outro mito: celulite só aparece depois dos 25 anos. Paola Pomerantzeff  afirma que ela pode surgir a qualquer momento, geralmente após a puberdade, quando os níveis de estrogênio aumentam. Porém, pode chegar em outras épocas da vida se houver sedentarismo e/ou aumento da gordura localizada.

Refrigerante causa e piora a celulite. Essa bebida contém alta concentração de açúcar e sódio. Açúcar aumenta a gordura localizada; sódio, a retenção de líquidos. Todos os alimentos com alto teor de açúcar e gordura podem agravar as celulites. Adotar dieta inflamatória (com consumo de alimentos de alto índice glicêmico), sedentarismo, obesidade e baixa ingestão hídrica causam o problema.

Outro mito é dizer que fumar não influencia o surgimento da celulite. As substâncias tóxicas do cigarro pioram a oxigenação e microcirculação da pele, o que diminui a produção de colágeno e promove o acúmulo de gordura localizada.

Beber água ajuda a combater o problema, pois auxilia o organismo a eliminar toxinas, ocasionando melhoras na pele.

A médica Cláudia Merlo adverte: tratamentos de combate à celulite devem ser iniciados depois de o paciente se conscientizar da importância de mudar o estilo de vida, caso contrário não haverá resultados. Entre os hábitos recomendados estão dieta, exercícios físicos e drenagem linfática.

Cremes não tratam celulite. Como se trata de alteração do subcutâneo (da gordura), não existem cremes com eficácia comprovada para atingir camadas profundas, onde está a gordura. Porém, alguns produtos que geram calor melhoram momentaneamente a pele. Não há tratamento definitivo, com o tempo podem surgir novas celulites.

Entre os tratamentos com melhor resultado está o ultrassom macrofocado Atria, que possui tecnologia inovadora de coagulação radial intermitente para entregar a energia de forma pulsada, com a mesma eficácia e menos dor.

Há opções como injeções redutoras de gordura, aplicadas em regiões com maior resistência. Já o bioestimulador de colágeno injetável é aplicado para estimular  células formadoras de colágeno a produzirem a substância.

Desses procedimentos, apenas as injeções redutoras de gordura apresentam algum tipo de downtime. De acordo com a dermatologista Paola Pomerantzeff, o melhor resultado é obtido por meio da associação de diversos tratamentos. (Isabela Teixeira da Costa/Interina)

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