Quase metade do nosso povo tem colesterol elevado. Dados divulgados pela Sociedade Brasileira de Cardiologia este ano apontam que 40% da população enfrenta o problema. Trata-se de uma doença silenciosa, sem sintomas.
Vale estar atento se houver dor no peito, falta de ar e palpitações, que podem estar relacionadas a doenças causadas por níveis elevados de colesterol, que também são acompanhados até mesmo de infarto agudo.
Neste mês, foi comemorado o Dia Nacional do Combate ao Colesterol com o propósito de informar a população sobre a importância de manter os índices controlados. Entidades médicas divulgaram dicas sobre o que fazer.
O colesterol tem papel importante na manutenção de nossas células e na produção de hormônios. Seu excesso na corrente sanguínea pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares.
Há dois tipos de colesterol. O HDL (High-density lipoprotein), conhecido como bom, é responsável por eliminar a gordura das artérias e levá-la para o fígado, impedindo o seu acúmulo no sangue, auxiliando a prevenção de doenças do coração e a produção de hormônios e algumas vitaminas. É importante esse tipo de colesterol estar em alta.
O outro tipo é chamado de colesterol ruim, o LDL (Low-density lipoprotein). É o mais prejudicial para o organismo, porque dificulta o fluxo sanguíneo, ocasionando o excesso de gordura que “entope” as artérias, podendo causar infarto ou acidente vascular cerebral (AVC), entre outros problemas.
A má alimentação está diretamente ligada ao aumento do colesterol, já que boa parte dele é produzida pelo fígado a partir do consumo de gorduras e consumo excessivo de bebidas alcoólicas, além de hábitos como fumar. Outros fatores importantes são a obesidade e o sedentarismo.
Para reduzir os níveis de colesterol é preciso cuidar da alimentação e fazer atividades físicas. A inclusão de fibras na dieta é nossa aliada, pois ajudam a diminuir não só os índices, mas a quantidade de colesterol absorvido pelo sangue.
Infelizmente, alguns casos de colesterol alto ocorrem por condição genética. Isso surpreende muitas pessoas magras, que têm rotina de alimentação saudável e praticam atividades físicas regularmente. Elas pensam que jamais teriam colesterol alto, e só descobrem quando começam a sentir alguma coisa. Outras, o que é pior, quando passam mal do coração.
O exame de sangue é importante para todos. Pode ser necessário usar medicação para ajudar a reduzir índices de colesterol. Há remédios que funcionam muito bem e não têm efeitos colaterais. Fábio Rossi, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular – Regional São Paulo, explica que as placas de gordura originam diferentes doenças, dependendo de onde obstruem a circulação.
No cérebro, aumentam as chances de derrame. No coração, podem causar infarto ou angina. Nas artérias da perna, há o perigo da formação de trombo, com obstrução parcial ou total do vaso, podendo provocar dor ao caminhar. Há o risco de necrose e necessidade de amputação nos casos mais graves, possibilidade ainda maior em pacientes diabéticos.
Apenas com a testagem por meio da coleta de sangue é possível avaliar se há necessidade de aumentar o colesterol bom ou diminuir o colesterol ruim. Cabe ao médico avaliar esse histórico para recomendar o tratamento adequado. O acompanhamento de maneira regular desses índices é fundamental para a boa saúde.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)