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ANNA MARINA

Estresse compromete vários órgãos e pode causar doenças cardiovasculares

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O corpo humano é uma máquina perfeita. Quando uma pequena área entra em sofrimento, afeta outras tantas. Um dos males atuais é o estresse, problema de grande parte da população, motivo de desequilíbrios hormonais que prejudicam o funcionamento de diversas partes do organismo, incluindo pele, cabelos, rins, coração e até mesmo dentes e gengivas.





Felizmente, as pessoas estão cuidando cada vez mais da saúde mental, tomando medidas para gerenciar esse vilão. Praticar meditação, fazer exercícios físicos, realizar atividades prazerosas, como ler e cozinhar, são excelentes maneiras de quebrar a rotina e modular o estresse.

Segundo a nefrologista Caroline Reigada, especialista ligada à Associação de Medicina Intensiva Brasileira, o estresse crônico leva ao comprometimento do funcionamento de uma série de órgãos vitais devido ao descontrole hormonal, causado principalmente pelo desequilíbrio nos níveis de cortisol, secretado por glândulas adrenais localizadas sobre cada rim.

O estresse é grande inimigo da saúde da pele, favorecendo o surgimento precoce de rugas e flacidez. A dermatologista Mônica Aribi explica que o cortisol está relacionado à potencialização do estado inflamatório persistente do tecido cutâneo, o que reduz o tempo de vida e a atividade das células, contribuindo para o envelhecimento acelerado. A acne e a rosácea também estão relacionadas ao estresse.





Os cabelos são beneficiados com o controle do problema. Níveis elevados de cortisol podem levar a um quadro inflamatório que impede o crescimento dos fios. O problema está relacionado à queda e ao embranquecimento dos cabelos.

Altos níveis de estresse podem diminuir as chances de um casal engravidar, porque interferem na produção de hormônios reprodutivos importantes, além de, no homem, favorecer o surgimento de proteínas inflamatórias que prejudicam a qualidade do esperma, explica Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.

Quando estamos sob estresse, o fluxo sanguíneo diminui e as funções corporais podem ser prejudicadas, causando frieza ou dormência nas mãos e pés, tom azulado ou arroxeado nas pernas, ressecamento da pele, quebra das unhas e queda dos cabelos, além de cicatrização mais lenta de feridas e arranhões em pessoas diabéticas.





Além de impactar a circulação periférica, a liberação de hormônios causada pelo estresse favorece o aumento da pressão arterial, a aceleração cardíaca e o aumento de gorduras e açúcar no sangue, contribuindo para o surgimento de hipertensão, diabetes e doenças cardiovasculares, diz a cardiologista Caroline Reigada.

O estresse crônico prejudica a função renal, além de levar à fraqueza muscular e a alterações na composição óssea. Outro problema é a alteração no metabolismo, favorecendo o ganho de peso. “O apetite emocional é uma das respostas ao estresse, pois o cortisol aumenta o desejo por alimentação altamente enérgica. Além disso, hormônios do estresse estimulam a formação de células adiposas, que armazenam gordura”, explica a nutróloga Marcella Garcez.

Para finalizar a extensa lista de problemas, o cirurgião-dentista Hugo Lewgoy adverte que o estresse favorece o surgimento de doenças periodontais, surgimento de cáries, gengivite e também a halitose.

(Isabela Teixeira da Costa/Interina)