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Estado de Minas COLUNA DA ANNA MARINA

Patriotismo em baixa no bicentenário da Independência

Infelizmente, o 7 de Setembro não está sendo comemorado como deveria. Não entendo por que não demonstramos nosso patriotismo com entusiasmo


07/09/2022 04:00 - atualizado 07/09/2022 09:10

Ilustração mostra mão empunhando espada, imagem alusiva à Independência do Brasil

 
Hoje são comemorados os 200 anos da Independência do nosso país. Uma data de extrema importância, que, infelizmente, não está sendo comemorada como deveria. Não entendo por que não demonstramos nosso patriotismo com entusiasmo e euforia.
 
Lembro-me muito bem de quando era pequena e meus pais nos levavam à Avenida Afonso Pena, no dia 7 de setembro, para assistirmos ao desfile da Independência. A avenida ficava lotada, não sei se ganhávamos bandeirinhas do Brasil de papel ou se meu pai as comprava, mas todas as crianças e adultos balançavam a sua. Ninguém reclamava do sol nem da demora. Era um programa da família brasileira celebrando nosso país. Na televisão, era transmitido o desfile de Brasília.
 
Isso acabou. Acho que quase ninguém mais vai. Fico pensando em como conseguiram acabar com o sentimento patriota do cidadão brasileiro. Só encontro uma resposta: isso é fruto do trabalho de anos desses políticos que só pensam no próprio umbigo e no próprio bolso. Nós os colocamos lá para nos representarem, mas depois que se elegem se esquecem completamente disso e vivem de fazer conchavos, negociatas, falcatruas e por aí vai. Eles trabalharam tão bem nisso que destruíram nossa confiança neles, no país e até em nós mesmos.
 
Estamos às vésperas de mais uma eleição. A política está em alta. Era para os candidatos se unirem para celebrar a data de hoje, mostrando que é possível um momento de unificação por um propósito maior. Mas eles não fazem isso. Ao contrário, conseguiram destruir o maior bem da democracia, que é o direito de cada um ter sua opinião e ser respeitado pelo outro.
 
Isso não existe mais no Brasil. Se você não concorda comigo, se torna meu inimigo. Nunca vi isso na vida em um regime democrático. A maioria dos eleitores está votando contra e não a favor. “Voto no fulano para o beltrano não ganhar”. “Não voto nesse porque enfraqueço aquele e o outro pode ganhar”. Isso não é escolha.
 
Já fui várias vezes aos Estados Unidos, e uma das coisas que sempre me chama a atenção é o orgulho que eles têm de seu país. O 4 de Julho é feriado, dia de festa. Ninguém fica em casa de bobeira, eles celebram de fato. O ano inteiro as casas têm a bandeira dos EUA na porta de entrada. É orgulho, é patriotismo.
 
Enfim, fiz uma pesquisa para ver o que teríamos de celebração do bicentenário da Independência. Além de tímidas exposições aqui, em Portugal e em Londres, não encontrei mais nada. Mas na Agência Brasil descobri que já existiram duas datas de comemoração da Independência do Brasil. O 7 de setembro, quando a Independência foi de fato proclamada, e o 12 de outubro. Nunca soube disso.
 
D. Pedro I proclamou a independência do país em 7 de setembro de 1822, isso todos nós sabemos, mas na época, não. Com a dificuldade de divulgação de informações devido ao tamanho do país, a maioria das pessoas não ficou sabendo no dia, nem sequer no mesmo mês. A população só tomou conhecimento em 12 de outubro, dia do início do reinado de D. Pedro I como imperador do Brasil, data de seu aniversário de 24 anos.
 
Quando Pedro I abdicou do trono em nome do filho, em 1831, para voltar a Portugal, não fazia mais sentido comemorar sua coroação de 12 de outubro. A ideia, então, era passar a celebração para 2 de dezembro, data de nascimento de D. Pedro II. Mas como ele era um menino de apenas 6 anos, que não assumiu o poder de fato na época, a data não pegou. Foi só aí que o 7 de Setembro retomou a força e se consolidou como o Dia da Independência do Brasil.


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