Ninguém gosta de rugas. Por isso, quando a toxina botulínica, o popular botox, começou a ser utilizada para minimizar rugas faciais, logo virou febre entre mulheres e homens, derrubando o ditado “de graça, até injeção na testa”. Hoje, paga-se – e muito – por esta injeção.
Quando surgiu, os cirurgiões plásticos, únicos profissionais que faziam as aplicações, afirmavam que os efeitos “mágicos” do botox duravam de cinco a seis meses. Não sei o que os laboratórios fizeram nesse tempo, mas, atualmente, os efeitos já começam a passar com quatro meses.
Leia Mais
Conheça os benefícios da rinoplastia funcionalConfira algumas novidades que ajudam a manter a pele do rosto enrijecidaConfira quatro cuidados fundamentais para manter a pele saudável e bonitaOlheiras podem ser tratadas em casa? Confira 5 dicas'Quem vê cara não vê coração'. O ditado é alerta para doenças cardíacasVocê conhece apelidos dos nerds em vários países? Confira a listaAnvisa aprova nova medicação para niemann-pick, uma doença raraVaidade tem limite?A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de saúde nos Estados Unidos, acaba de aprovar o uso do Daxxify, medicamento desenvolvido pela Revance Therapeutics.
O neuromodulador injetável utiliza nova tecnologia, com efeitos que podem durar entre seis e nove meses. De acordo com o cirurgião plástico Eduardo Fakiani, membro da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da American Academy of Cosmetic Surgery, no primeiro momento, o Daxxify foi desenvolvido para tratar um distúrbio ocular, mas estudos apontaram que ele poderia ir muito além.
Entre os benefícios de duração do Daxxify, os estudos de fase 3 (com 2,7 mil pacientes e 4,2 mil tratamentos) mostraram que uma única injeção teve efeito poderoso contra as rugas. Segundo a pesquisa, 80% dos voluntários não observaram nenhuma ruga ou apenas linhas faciais finas após quatro meses. A metade deles percebeu o efeito por mais de seis meses.
De acordo com Mark Foley, executivo da Revance Therapeutics, foram necessários vários anos até a descoberta do bloqueador neuromuscular que pudesse ser aplicado na pele sem agulha. “Isso também abre as portas para a questão terapêutica. Se você pensar em enxaquecas, distonia cervical ou bexiga hiperativa, há uma grande oportunidade médica”, diz Foley.
O medicamento tem tecnologia à base de peptídeos (moléculas formadas por dois ou mais aminoácidos que compõem as proteínas). Geralmente, eram usadas proteínas animais ou soro humano para o desenvolvimento desse tipo de medicamento.
Um dos estudos apresentados pela Revance ao FDA, com objetivo estético, apontou que 6% dos pacientes apresentaram dores de cabeça e 2% desenvolveram pálpebra caída. Nenhum paciente apresentou efeitos colaterais graves.
Com presença nos produtos de skincare, os peptídeos funcionam como uma espécie de sinalizador para o organismo, indicando quais proteínas são necessárias para a saúde da pele. O cirurgião plástico comenta que eles são bastante significativos quando o assunto é renovação celular.
“Por meio dos peptídeos, é possível estimular a produção de colágeno e trazer mais firmeza e viço para a pele. Esses benefícios ajudam a amenizar as rugas e linhas de expressão a longo prazo. O Daxxify ilustra bem o avanço da tecnologia através de um soro à base de peptídeos. Com o tempo, essa tendência será ainda mais presente no mercado, trazendo uma série de tratamentos revolucionários”, finaliza o especialista Eduardo Fakiani.
(Isabela Teixeira da Costa/Interina)