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Estado de Minas SAÚDE

'Quem vê cara não vê coração'. O ditado é alerta para doenças cardíacas

O coração nem sempre dá sinais de que há algo errado. Acompanhar o órgão de perto é primordial para a saúde, independentemente da idade


30/09/2022 04:00 - atualizado 30/09/2022 09:47

imagem de corpo humano com coração em evidência
Avanços da medicina na área cardíaca são impressionantes (foto: Pixabay/divulgação)

Lembro-me, como se fosse hoje, de quando meu pai teve que operar do coração. Era meados da década de 1980. Ele foi trabalhar e se queixou de mal-estar gástrico. Mário Lúcio Wanis Guimarães era um dos médicos da empresa e passava todas as manhãs na sala dele para um café. Não gostou do relato, quis levá-lo ao hospital e meu pai não concordou. Mário retornou no fim da mnhã, o mal-estar continuava, e arrastou meu pai na marra para o Prontocor. No exame, foi detectado que estava passando por um enfarte.

Naquela época, quando se falava em problema de coração, o primeiro pensamento era de morte; afinal, trata-se de um órgão vital. Quando pai entrou para fazer o cateterismo, se despediu de nós com a certeza de que morreria no exame. Saiu vivo, mas com a notícia de que teria que operar.

Naquela época, não existia o famoso stent. Teria que fazer uma safena e três mamárias. Foi para São Paulo, e só deixou o Camilo Filho ir com ele porque – de novo – tinha certeza de que não escaparia da sala de cirurgia. Viveu muitos anos depois, mas teve um grande corte na perna e outro enorme no peito.

Hoje, as incisões estão cada vez menores. Dependendo do caso, nem existem. No próprio exame de cateterismo, já colocam um stent para desentupir a veia e pronto. A expressão procedimento cardíaco pode até assustar num primeiro momento, mas essa área médica evoluiu de forma impressionante.

As temidas cirurgias de peito aberto vêm sendo, em grande número, substituídas pelas minimamente invasivas, sem a necessidade de grandes incisões, que exigiam longa fase de recuperação e com alta incidência de complicações.

De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 300 mil indivíduos sofrem infarto agudo do miocárdio (IAM) por ano, e 30% desses casos acabam em morte. Estima-se que até o ano de 2040 haverá aumento de até 250% dessas ocorrências no país.

Uma das tecnologias que chegaram recentemente ao Brasil e que é implantada no paciente de forma minimamente invasiva é o micra, menor marca-passo do mundo. Ele tem o tamanho de um comprimido de vitamina, não exige mais cabos e eletrodos e é indicado para tratar a bradicardia. A doença ocorre quando o ritmo cardíaco é irregular ou lento, com menos de 60 batimentos por minuto. O considerado normal para um paciente adulto varia entre 60 e 100 batimentos por minuto.

Outro tipo de enfermidade que pode ser tratada através de procedimentos minimamente invasivos é a arritmia cardíaca. Apesar de existirem medicamentos para controlar a condição, muitos pacientes precisam se submeter a um procedimento de crioablação, que cauteriza ou congela a parte do coração responsável pela arritmia. Na técnica, que dura de duas a três horas, a ponta do cateter balão é congelada a -80°C, cauterizando o foco do problema.

Outro procedimento que merece reconhecimento é o implante percutâneo de válvula aórtica ou TAVI, indicado para casos de estenose aórtica, quando a válvula aórtica sofre obstrução ou estreitamento em pacientes idosos ou de maior risco para a cirurgia convencional.

O coração nem sempre dá sinais de que há algo errado. A máxima “quem vê cara, não vê coração” faz todo sentido. Por isso, acompanhar o órgão de perto é primordial para a saúde, independentemente da idade.

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