Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Será que o símbolo que representa os 60+ condiz com a realidade atual?

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Hoje se comemora o Dia Internacional do Idoso, instituído pela ONU. Devemos mesmo comemorar; afinal, esta população tem aumentado cada vez mais, uma vez que o ser humano está cada vez mais longevo. Fica a pergunta: será que o símbolo que representa os 60+ condiz com a realidade atual?.




 
A maioria das imagens que retratam os idosos é pejorativa. Uma delas é o símbolo que identifica espaços reservados para os 60 , o desenho branco em fundo azul com o boneco usando bengala em uma das mãos e a outra segurando o quadril, com as costas arqueadas, como se sentisse dor ao andar. Isso só serve para realçar o preconceito e o etarismo, apresentando claramente que a velhice é sinal de alguém doente.
 
A maioria das pessoas acima dos 60 vive a sexualidade e é economicamente ativa, derrubando antigos estereótipos. Márcia Sena, especialista em longevidade ativa da Senior Concierge, se preocupa com a comparação que é feita a respeito do envelhecimento das gerações passadas com o de hoje, em razão de que são realidades e contexto distintos. Ela cita que, segundo informações do IBGE, das Tábuas Completas de Mortalidade para o Brasil, da década de 1940 para 2019, a expectativa de vida aumentou 31,1 anos, ou seja, antes a previsão era de 45,5 anos frente à média de 76,6 anos atuais.
 
Márcia acrescenta que o etarismo (preconceito e discriminação baseados na idade) gera diversos traumas para a pessoa que é vítima dele, podendo resultar em depressão.
 
“É importante que as pessoas 50 pratiquem todos os dias a autoaceitação, além de cuidar da saúde física e mental para que tenham envelhecimento de qualidade e possam viver da maneira que se sintam bem consigo mesmas. Principalmente, não se moldando aos estereótipos de velhice que a sociedade impõe.”




 
A questão do etarismo atinge ainda mais as mulheres que lutam para desmitificar o estereótipo dessa faixa etária, uma vez que idade não define capacidade física e intelectual. O homem idoso, quando fica grisalho, é considerado charmoso, não é questionado por se casar com pessoas mais jovens e nem pela paternidade tardia; já a mulher é mais cobrada. Isso tem que acabar.
 
Outro tabu que envolve os idosos é a sexualidade. “Precisamos desmistificar essa questão. Ao contrário do que imaginam, idosos também podem ter vida sexual ativa. Mesmo se a frequência for menor nessa idade, não significa que a relação não seja prazerosa. E a experiência pode tornar o ato até melhor”, diz a especialista.
 
Uma vida sexualmente ativa traz benefícios para a saúde e bem-estar em qualquer faixa etária. O relacionamento na terceira idade assume um sentido ainda mais importante para a manutenção do bem-estar emocional de quem está na fase mais avançada da vida.
 
Na questão financeira, os 60 também continuam ativos, e há extenso mercado de consumo para os idosos. O aumento dos anos de atividade faz com que muitas pessoas invistam em outras profissões ou até em negócios próprios para ampliar a renda.
 
Tudo isso mostra como houve uma grande mudança na terceira idade. E, atualmente, várias empresas, principalmente os bancos, já têm duas separações de prioridades – a prioridade por lei e outra para os acima de 80 anos.