Vamos começar a semana falando de assunto importante sobre o qual a maioria das pessoas tem certo constrangimento: sexo e libido. Isso não pode mais ser um tabu, porque o prazer é fundamental na qualidade de vida adulta. Uma vida sexualmente ativa traz benefícios para a saúde e o bem-estar.
Outra questão é o pensamento errôneo de que idoso se torna assexuado. O sexo só acaba quando o indivíduo decide que não quer mais fazê-lo ou praticá-lo. Envelhecemos, e se a frequência for menor na terceira idade, não significa que a relação não seja prazerosa, e a experiência pode tornar o ato até melhor.
Segundo levantamentos, sentir prazer sexual traz diversos benefícios para a saúde física e mental. É cientificamente comprovado que ter uma sexualidade saudável alivia o estresse, eleva a autoestima, melhora o sono, traz equilíbrio hormonal, melhora a pele e ainda fortalece o sistema imunológico.
Durante o sexo, liberamos inúmeros hormônios, entre eles a oxitocina, considerado o “hormônio do amor”. Quando se refere ao amor, é porque a oxitocina causa uma sensação de bem-estar tão grande, quase como se você estivesse apaixonado, inclusive por você mesmo.
Pesquisa publicada recentemente no The Journal of Sexual Medicine, realizada na Bélgica com idosos entre 70 e 99 anos, constatou que um terço desta população (31,3%) tinha uma vida sexualmente ativa. Pesquisa feita no Brasil em 2017 pelo Pnad constatou que há mais de 30 milhões de pessoas acima dos 60 anos de idade, e isso vai aumentar bastante, porque as pessoas estão vivendo mais e com qualidade.
De acordo com a especialista em longevidade ativa e qualidade de vida na terceira idade Márcia Sena, da Senior Concierge, ainda há muito o que se discutir a respeito. Ainda que muitos esperem uma velhice assexuada, como se o indivíduo não tivesse mais a necessidade dessa troca, o que não é verdade, ela ressalta que não há uma idade para parar de fazer sexo, a não ser quando a pessoa quiser parar.
Márcia afirma que a vida sexual ativa pode ser muito benéfica também na terceira idade, pois proporciona bem-estar, melhora a autoestima, além do cuidado e companheirismo, ou seja, pode estar entre os pilares de estímulos físicos e mentais, e ainda incentiva um desempenho melhor na habilidade cognitiva, ou seja, o sexo é um auxílio para manter o cérebro em forma à medida que se envelhece.
Com a idade, alguns problemas começam a surgir, entre eles a falta de libido. Segundo a consultora e especialista em sexualidade Roberta Pavon, a libido é como se fosse uma mola propulsora e a energia afetiva que busca o prazer e faz naturalmente parte do ser humano. Alguns fatores que prejudicam a libido são depressão, ansiedade, excesso de estresse, cansaço, problemas emocionais, privação de sono, menopausa, problemas na tireoide, alguns medicamentos, falta de produção hormonal, excesso de álcool e tabagismo.
No geral, existem formas e práticas simples que podem ajudar a ter uma boa libido. Praticar exercícios físicos com regularidade; ter momentos de lazer com seu(a) parceiro(a); vitamina D ou tomar sol; inserir alimentos termogênicos na dieta; trabalhar a autoestima; autoconhecimento e consciência corporal.
Não estamos aqui levantando bandeira para uma vida desregrada e comportamentos irresponsáveis que possam trazer inclusive doenças e problemas mais graves, inclusive emocionais, mas é importante tocarmos nesse assunto e mostrar para as pessoas que a vida só acaba quando, de fato, morremos. Chega de tabu e preconceitos. Vamos viver a vida com alegria e responsabilidade.