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Estado de Minas ANNA MARINA

Ler as bulas dos remédios é um hábito recomendável e que revela surpresas

Descobri que o medicamento que uso para o controle do diabete é cheio de contraindicações, além de seu preço elevado


07/11/2022 04:00 - atualizado 06/11/2022 21:37

Ilustração da coluna da Anna Marina mostra frasco de remédio aberto e bula

Tenho uma mania velha, que é não tomar nenhum medicamento sem, antes, ler cuidadosamente a bula que o acompanha. Ajuda principalmente quando a novidade provoca algum efeito colateral.

Nessa minha temporada afastada da vida, todos os meus medicamentos normais foram trocados por outros. Inclusive o que devo usar pela vida inteira, contra diabete tipo 2. Venho tomando o medicamento como o recomendado, mas, ao ler a bula, quase caí para trás.

No segmento de cetoacidose, os cuidados são variados. E entre os casos pós-comercialização foram relatados casos de fasciíte necrosante do períneo (também conhecida como gangrena de Fournier), que provoca uma necrose tecidual, ou seja, a morte da pele próxima à região genital, glúteos, virilha e ânus, por falta de irrigação sanguínea. Os casos graves podem provocar hospitalização, cirurgias e até mortes. Chega? Não. 

O medicamento pode provocar problemas nos rins, no leite materno. As reações muito comuns que o remédio pode provocar são queda dos níveis de açúcar no sangue, monilíase vaginal e outras infecções genitais,micção aumentada, coceira, rash (vermelhidão da pele), infecções no trato urinário, sede e aumento de lipídios (um tipo de gordura), diminuição do volume sanguíneo, angioedema (tipo de reação alérgica caracterizada pelo inchaço localizado e por aí vai.

Em casos em que haja condições que levem à perda de líquidos (diarreias e doenças do trato gastrintestinal), só o médico pode resolver o problema, com exames físicos e testes laboratoriais.

O medicamento deve ser usado com cuidado por quem tem 75 anos, pois há um risco elevado de perda de líquidos na urina, E quem tem idade igual ou acima de 85 anos, não deve fazer uso do medicamento. 

Outro lance: no caso do uso do medicamento, você poderá apresentar infecção do trato urinário – infecções complicadas, incluindo infecção nos rins (pielonefrite) e infecção generalizada de origem renal (urosepse). Caso isso aconteça, o médico poderá suspender temporariamente o uso do medicamento.

Casos de cetoacidose diabética (doença em que o sangue fica repleto de cetonas, que são substâncias que o corpo produz quando utiliza gordura em vez de açúcar para obter energia devido à ausência ou diminuição de insulina), uma condição grave com risco de morte e com necessidade de hospitalização urgente, foi relatada em pacientes tratados com empagliflozina, incluindo casos fatais. 

Em um número de casos relatados, a apresentação dessa condição foi atípica, com valores de açúcar no sangue discretamente aumentados, abaixo de 250mg/dl.

O risco de cetoacidose diabética deve ser considerado no caso de sintomas não específicos, como náusea, vômito, anorexia (falta de apetite), dor abdominal, sede excessiva, dificuldade de respiração, confusão, cansaço anormal e sonolência.

Curiosidade pessoal é que venho tomando esse medicamento, que não é receitado para minha idade, e, para completar, por seu alto preço. Mas vou levando minha diabete sem drama, sem rigor absoluto e com cuidados pessoais, que se relacionam, principalmente, às tonteiras, que chegam de repente, provocadas pela baixa de glicose. Mas que podem ser resolvidas, sem drama, por balas ou um doce… bem doce. 

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