Até pouco tempo, as mulheres tinham de sufocar qualquer necessidade sexual para não ser malvistas. A tendência era ser assexuada, para não se comprometer socialmente. Felizmente, os tempos mudaram e o desejo não é mais pecado. Historicamente, a sexualidade feminina é um tema que desperta curiosidade nos diferentes meios sociais e que, certamente, apresenta aspectos subjetivos capazes de mobilizar e aguçar o imaginário coletivo.
Cercada de mitos e tabus, a sexualidade das mulheres – reprimida por décadas –, hoje tem se firmado como um dos pilares mais importantes quando o assunto é qualidade de vida.
A sexualidade exerce influência sobre os pensamentos, ações e interações e impacta diretamente na saúde física e mental das pessoas, é o que aponta documento da Assembleia Mundial da Saúde. “Remover barreiras ao acesso a informações e serviços relacionados à saúde e promulgar leis e regulamentos que promovam e apoiem a saúde sexual são ações que também estão alinhadas à estratégia de saúde reprodutiva”, aponta o documento global.
Uma rotina de práticas saudáveis, tais como alimentação equilibrada, rica em nutrientes, exercícios físicos e movimentos diários de relaxamento são condições que podem contribuir para uma vida sexual mais harmoniosa. Fazer sexo não é apenas prazeroso; o ato sexual tem um papel importante na saúde mental e colabora para um melhor rendimento em outros setores da vida. Por outro lado, há aspectos importantes a serem considerados no que diz respeito à relação entre sexo e qualidade de vida. Fatores psicológicos, como traumas, problemas financeiros e até conflitos pessoais podem impactar no desempenho sexual das pessoas. Neste caso, as terapias individuais ou de casal costumam apresentar excelentes resultados.
Além disso, é fundamental ficar atento às oscilações de hormônio que, naturalmente, afetam as mulheres na fase madura. Déficits hormonais podem comprometer o desempenho sexual e, por isso, é importante realizar acompanhamento médico regularmente. É muito comum, nesses casos, a indicação de vitaminas adicionais e tratamento de reposição hormonal (individualizado) para ajudar a manter o equilíbrio e a longevidade.
Também é possível recorrer a alimentos saudáveis para estimular a prática sexual, a exemplo do morango, gengibre, chocolate amargo, abacate e pimenta. Considerados alimentos afrodisíacos, são capazes de potencializar o fluxo sanguíneo nos órgãos sexuais e, consequentemente, aumentar a libido.
O desejo, a excitação genital e a resposta emocional ao estímulo sexual mudam conforme as etapas da vida, ciclo de ovulação e, principalmente, durante a menopausa. Normalmente, aos 20 anos, as mulheres apresentam imaturidade sexual. Nessa fase, ocorrem as maiores dificuldades por causa da falta de domínio das zonas erógenas do corpo.
Aos 30, a ascensão profissional está entre as prioridades das mulheres. É comum, nesse período, o uso contínuo de anticoncepcionais, o que prejudica a libido. Já aos 40 anos, a preocupação com o envelhecimento passa a ser uma questão importante no universo feminino. Por outro lado, “os 40” são o auge da maturidade emocional, o que facilita a autoestima e conhecimento do próprio corpo.
É na fase dos 50 anos que ocorrem as mudanças mais importantes no aspecto fisiológico. A menopausa ocasiona ressecamento vaginal e falta de lubrificação, o que pode interferir no momento do sexo. No entanto, é a fase do ápice da maturidade emocional e corporal.
Aos 60, 70 e 80, os hormônios não são os mesmos, mas o envelhecimento passa a ser um processo consciente. As relações estão pautadas nos laços familiares. Geralmente, o sexo não ocorre com a mesma frequência, mas está associado a momentos de companheirismo.