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Estado de Minas ANNA MARINA

Como tratar as incômodas bolsas nos olhos

Confira novas formas de lidar com o problema que afeta a autoestima e nem sempre é resolvido por meio de cosméticos


08/12/2022 04:00 - atualizado 07/12/2022 23:48

Ilustração mostra dois olhos em rosto feminino
(foto: Fernando Lopes/CB/D.A Press)


Feliz é a mulher que consegue não ter bolsas nos olhos, que são uma praga que aparece, mais dia, menos dia. Uma das poucas opções existentes era fazer uma pequena cirurgia, mas nem todas as mulheres queriam correr o risco. E poucos médicos aceitavam o procedimento. Se há uma verdade no mundo dos tratamentos cosméticos é a de que as bolsas nos olhos são simplesmente impossíveis de ser tratadas em casa. Mesmo o aficionado de cuidados com a pele mais devoto pode lutar para reduzir isso em sua aparência usando apenas produtos tópicos, mas, mesmo seguindo religiosamente o cronograma, as bolsas nos olhos serão sempre uma preocupação.

“Chamamos essa condição de bolsa malar festoon, caracterizada por dobras de pele que podem ocorrer tanto nas pálpebras inferiores como na região malar (maçã do rosto). Em consultório, essa condição requer um planejamento terapêutico rigoroso para melhorar a sustentação, mas muitas pessoas acabam fazendo apenas preenchimento com ácido hialurônico, o que acaba piorando muito. As pessoas fazem preenchimento e voltam totalmente inchadas por conta de ácido hialurônico, que impediu a drenagem. O mais correto é tratarmos com ultrassom microfocado Ulthera, sustentando essa parte ligamentar, e com laser para depois preencher. Além disso, precisa ter uma boa técnica quando for usar o ácido hialurônico, porque é um lugar que incha demais”, explica Cláudia Merlo, médica especialista em cosmetologia pelo Instituto BWS.

Esse tipo de bolsa, somado à perda óssea que ocorre com o envelhecimento, torna o olhar mais fundo, em um processo conhecido como “esqueletização do olhar”.  Existem várias razões pelas quais alguém pode ter bolsas nos olhos, particularmente pronunciadas e, infelizmente, muitas se resumem à genética. “Mas devemos ter muito cuidado com os preenchimentos nessa região, pois eles podem ter o efeito oposto, tornando as bolsas maiores e mais azuladas”, diz a médica.

Ela explica que o ácido hialurônico é aplicado abaixo do músculo, mas, em cima dele, existe uma membrana de colágeno e fibrina. Quando a pele é jovem, essa estrutura é bem coesa e firme, mas ao perder essa firmeza, e com a aplicação do preenchimento com ácido hialurônico, o produto começa a transbordar.

“Isso culmina no aparecimento de nódulos e o preenchimento fica aparente, o que é um problema muito comum no consultório. Para resolver isso, precisamos deixar essa estrutura mais firme. O mais certo ao tratar essa questão é usar as tecnologias para estímulo de colágeno antes de preencher”, explica a médica. “O ultrassom Ulthera gera calor para promover reestruturação desses tecidos flácidos através da retração do colágeno antigo e estímulo da produção de novas fibras em áreas mais profundas da face, como o músculo”, acrescenta.

Além disso, Cláudia Merlo enfatiza que é necessário tomar cuidado ao escolher o profissional injetor (que aplicará o ácido hialurônico), pois essa é uma região da face muito delicada e vascularizada, com vasos nobres da retina e têmpora. “O profissional deve ser médico, tem que saber a anatomia e formar um plano de aplicação. O injetor deve ter muita destreza e noção de estética, pois tentar hipercorrigir pode tornar o problema ainda maior”, diz a médica.

O produto utilizado também merece atenção: “O ácido hialurônico tem que ter boa integração tecidual, para que o produto aplicado na região não fique muito aparente”, afirma a médica. Existem vários tipos diferentes de preenchimento de ácido hialurônico, com a principal diferença sendo a espessura do gel, desde aquele que é responsável por deixar a pele mais hidratada e úmida quando injetado até o que será capaz de adicionar estrutura à mandíbula e maçãs do rosto. “Por exemplo, você nunca poderia usar um preenchimento muito espesso nessa região dos olhos, porque aumentaria o volume e tornaria as bolsas dos olhos mais pronunciadas”, explica Cláudia.

Também é muito importante que o preenchimento seja injetado no lugar certo e na profundidade certa: “Você quer que ele seja injetado profundamente na almofada de gordura que fica sob a bolsa do olho. Se o preenchimento for injetado muito perto da pele, ele pode ficar inchado e visível."

Além disso, há também a possibilidade, especialmente com tons de pele mais claros, de que os preenchimentos possam causar algo conhecido como efeito tyndall, que é quando os preenchimentos de ácido hialurônico são injetados na derme ou epiderme superficial. “Dá um reflexo azul. O preenchimento, que é um gel transparente, fica bem próximo da superfície. Quando a luz o atinge, o preenchimento reflete de volta e fica levemente azulado, o que é exatamente o oposto do que desejamos sob seus olhos”, diz a especialista.

Por fim, a médica lembra que também existe a olheira estrutural, que, com o envelhecimento, pode piorar, uma vez que ocorre um derretimento na face, deixando o olhar mais fundo, pois as bolsas de gordura caíram.
 
“Nessas situações, fazemos o tratamento de Ulthera para estruturação da face, o que faz com que os compartimentos voltem para o lugar e melhorem a olheira e bolsa. Se há ausência de bolsa de gordura, aí sim precisamos preencher essa estrutura, o que dá uma sustentação e melhora bastante a olheira”, diz a especialista.

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