Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

O verão chegou. Aprenda a utilizar corretamente o ar-condicionado

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Com a chegada da estação mais quente do ano, muitas pessoas recorrem ao ar-condicionado para amenizar os efeitos da temperatura. O uso inadequado do aparelho faz com que algumas doenças respiratórias apareçam. Ele também provocar a piora da sintomatologia, causando rinites e rinossinusites.




 
Renato Roithmann, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, adverte que o ar-condicionado gera danos à saúde de muitas pessoas, em especial a saúde respiratória, trazendo dor de garganta e congestão nasal. Ele também agrava problemas como asma e rinite alérgica.
 
O aparelho que não recebe manutenção ou limpezas periódicas pode afetar o nariz, os seios paranasais, a garganta, a voz e a via aérea inferior de pessoas que já têm doenças respiratórias alérgicas, por exemplo. Isso se deve ao acúmulo de poeira, fungos e de elementos que desencadeiam a alergia, explica o especialista.
 
Tem mais: o ar-condicionado resseca o revestimento interno do nariz, prejudicando a defesa natural das vias respiratórias. Por isso, é necessário o grau adequado de umidade do ar para o funcionamento correto das vias aéreas, tanto superiores quanto inferiores.




 
Pacientes com rinites crônicas e sinusites crônicas podem se prejudicar caso permaneçam longos períodos em ambientes fechados e sem ventilação, apenas com o ar-condicionado ligado. O mesmo ocorre em pacientes com conjuntivite alérgica e asma brônquica.
 
A carência de umidade pode desencadear crises respiratórias nas crianças que têm alergia, com sintomas como tosse, espirros, falta de ar, coceira nos olhos ou nariz, coriza e congestão nasal, alerta Roithmann.
 
“O uso de umidificador ou toalhas úmidas e bacias d’água no ambiente são recursos práticos para equilibrar a umidade do ar. A abertura da porta ou vidro, mesmo pequena, permite certa renovação do ar e pode ser importante em algumas situações”, observa.




 
Além disso, há a mudança brusca de temperatura quando ocorre a transição de um local com refrigeração para outro com o clima ambiente – o popular choque térmico. “No caso de pessoas mais sensíveis e com doenças respiratórias crônicas, isso pode colaborar para o surgimento de sintomas que vão da dor de garganta à infecção respiratória”, explica Roithmann.
 
A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia indica alguns cuidados:
 
Faça manutenção preventiva regularmente. É fundamental higienizar os filtros do equipamento com frequência, pois eles acumulam fungos, bactérias, ácaros e poeira.
 
Evite mudanças bruscas de temperatura. O contraste conhecido como choque térmico pode ser prejudicial.
 
Procure não ficar na frente ou embaixo da saída do ar.
 
Evite regular o equipamento para a menor temperatura. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a temperatura ideal para uso do ar-condicionado é entre 20ºC e 23ºC. No caso do Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda de 23ºC a 26ºC no verão.




 
Se possível, utilize umidificador. O ar-condicionado provoca o ressecamento do nariz, que perde a função de protetor da via respiratória. Mantenha-se sempre hidratado.
 
Além dos cuidados com o ar-condicionado, recomenda-se lavar diariamente o nariz com soro fisiológico, mas os excessos devem ser evitados.
 
“A lavagem nasal com solução salina pode beneficiar grande porcentagem de pessoas. É considerada tratamento de primeira linha para rinite alérgica e rinossinusite. O médico poderá, após o detalhado exame do nariz, definir se as lavagens são necessárias e orientar a forma mais correta de realizá-las”, finaliza Roithmann.