Atualmente, as férias escolares são bem diferentes. Nem todas as crianças acham que é só uma oportunidade de grudar no celular e deixar o barco correr. Há as que se sentem mais livres para fazer o que quiserem. Pular, dançar, correr, montar e desmontar brinquedos. Mas também se pendurar em móveis, se aventurar pela cozinha, área de serviço, banheiro... E é aí que moram os perigos.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, ocorrem cerca de 200 mil acidentes domésticos por ano envolvendo crianças. Nas férias escolares, as chances de problemas assim aumentam em 25%, pois os pequenos permanecem mais tempo em casa.
Quedas, queimaduras, intoxicação com produtos de limpeza, aspiração de corpos estranhos e afogamentos são os acidentes mais comuns.
Entre as crianças pequenas, um dos problemas mais frequentes é o sufocamento. Isso ocorre quando há obstrução das vias respiratórias seja por brinquedos, objetos macios e até mesmo algum alimento ou suco gástrico.
Crianças menores são particularmente vulneráveis à sufocação, porque têm as vias aéreas superiores (boca, garganta, esôfago e traqueia) pequenas. Nessa fase, elas põem objetos na boca, mas sem saber mastigar e engolir direito. Os dentinhos são menores, o que dificulta a mastigação apropriada dos alimentos.
Sem contar que a falta de habilidade de levantar a cabecinha ou se livrar de lugares apertados as coloca em grande risco.
Até os 4 anos, a criança ainda não tem força suficiente para se levantar sozinha e nem capacidade de reagir rapidamente em situações de risco. Por isso, em caso de queda ou desequilíbrio, elas podem se afogar até mesmo em recipientes pequenos com apenas 2,5cm de água.
Acidentes de trânsito ocorrem com mais frequência quando elas estão dentro de algum veículo, e, em seguida, quando sofrem atropelamento, a principal causa de morte na faixa dos 5 aos 14 anos.
Os corpos são frágeis, ainda em desenvolvimento. A pequena estatura as impede de enxergar por cima de veículos estacionados. E elas também ficam fora do campo de visão da maioria dos motociclistas, explicam especialistas. Além disso, a criança tem capacidade visual mais estreita do que a do adulto e não consegue, por exemplo, ver um carro se aproximando.
É importante ressaltar que, de acordo com a legislação brasileira, até os 10 anos os pequenos devem ser transportados no banco traseiro do veículo, usando cinto de segurança. Menores de 7 anos e meio precisam usar o cinto de retenção, ou seja, bebê conforto, cadeirinha ou assento de elevação.
Acidentes domésticos estão entre as principais causas de morbidade e mortalidade tanto na infância quanto na adolescência. Por isso, as medidas de segurança a seguir são recomendadas:
Proteja tomadas e interruptores para evitar choques e queimaduras.
Utilize, de preferência, as bocas de trás do fogão. Não deixe os cabos de panela virados para fora.
Instale travas de segurança em gavetas e armários.
Se tiver persianas com cordas nas janelas, instale trava de segurança nos cordões.
Não deixe objeto pendurado ou com fio para fora para evitar que a criança o puxe e o derrube em cima dela.
Mantenha balde ou bacia com água ou produto de limpeza longe das crianças.
Coloque medicamentos e produtos de limpeza em frascos identificados dentro de armários fechados e inacessíveis para os pequenos.
Use telas ou grades em janelas e vãos desprotegidos, como laterais de escadas. Não deixe a criança ali sem a presença de um adulto.
Crianças brincando na água, seja na praia ou na piscina, precisam de adulto supervisionando tudo constantemente. Colete salva-vidas é o equipamento mais seguro para evitar afogamento, porque os outros são brinquedos infláveis, que passam a falsa sensação de segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer momento.
Nunca deixe a criança dentro de bebê conforto ou cadeirinha perto da água, pois elas podem cair lá ou serem lançadas, sem querer, por outras crianças.
Supervisione a alimentação dos pequeninos, evitando alimentos muito reduzidos, redondos e/ou muito duros, pois eles podem se engasgar.