Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Mulher de Lula chega com força total

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Sem muita coisa para fazer no primeiro dia do ano, resolvi ver a posse do presidente Lula pela TV. Acho que foi isso que acabou me provocando vários espasmos coronarianos, com meu coração parecendo que ia explodir. Nunca imaginei que o circo fosse montado com tantos detalhes novos, a atual primeira-dama do país, Janja, entende realmente como chegar onde quer. 





Quando vi o presidente do Brasil segurando a coleira de um cachorro, entendi o que nos espera em matéria de quebra de tradição. Estava bem interessada em ver como seria resolvida a retirada providencial do ex-presidente Bolsonaro, que se recusou a passar a faixa presidencial ao seu sucessor. Não esperava nem pelo cachorro, nem pelos convidados representativos do povo brasileiro convidados a fazer o seu papel. 

Podemos ter índios, pretos e estropiados compondo nosso povo, mas colocar essa seleção na cara da nação me pareceu uma forçada de mão. E essa gente responsável por representar o novo poder que o presidente devia receber me causou uma péssima impressão. Na hora vi que Bolsonaro fez realmente o que devia, quando correu para os States. Qual seria o papel reservado para ele dentro da tradição? Não posso sonhar. Mas ele percebeu antecipadamente que seria uma roubada ficar por aqui. 

Correndo de lá para cá, a dona Janja, usando um incrível conjunto de calças compridas e colete com um casaco com basque godê, cheio de tecido e bordados tom sobre tom. Nada a ver com uma solenidade que tinha tudo para ser dentro da tradição, formal, para reforçar o discurso que o novo presidente vinha fazendo, na sua busca para salvar o país. 





Depois vi ainda na TV que cinco bordadeiras gastaram seis semanas para bordar todo aquele excesso de estilo para a ocasião e para a obra. Deus nos livre do que vem por aí. Seda acetinada amarela, com bordados em relevo em torno do corte mais baixo, que cobria o contorno do “derrière “ da usuária, não deve ser para qualquer ocasião.

Como nem tudo estava perdido, a segunda dama, Lu Alckmin, mulher do vice-presidente Geraldo Alckmin, mostrou com calma e dignidade que um vestido básico é mais apropriado e recomendado para certas ocasiões, principalmente quando o foco das atenções deve estar sobre a figura mais importante da solenidade. A farta basque de seda bordada perdeu lindamente para um a apropriado modelo neutro, e branco, para não desviar a atenção do principal para o secundário.

Como não quero ser considerada uma negativista, sem visão para a propriedade da moda, fiz uma rápida pesquisa sobre o tal conjunto da nossa primeira-dama. Até agora, estou esperando elogios. A única informação que recebi foi que o tecido, seda com brilho de cetim, recebeu tintura natural, produzida com sementes…. não sei de quê. Só fico esperando o que nos espera, porque o papel de primeira-dama do país ganhou uma nova posição. Em lugar de ficar retirada na sombra do marido, vai ocupar o que puder, vai decidir e influenciar o que puder.





Como se não bastasse a roupa, ela usou dois sapatos assinados pela designer de calçados artesanais Juliana Bicudo. Para o primeiro look, o modelo escolhido foi o Luna, um dos clássicos da marca. Confeccionado manualmente em couro na cor aveia, tem salto de 6,5 cm, um coração vermelho estampado na sola - e foi também usado por Janja em seu casamento. 

Para o segundo look, na cor azul, a escolha foi o Fabiana – customizado com uma estrela vermelha no solado. A coleção vigente é sem a estrela. A versão original, com salto de 8 cm, também está disponível nas cores cereja com detalhes em ouro velho, aço, preto com detalhes em ouro e handide, ice com detalhes em ouro velho e off white com detalhes em prata velha - os três últimos com o coração na sola.