Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Prevenção pode evitar até 37% dos casos de câncer do intestino

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A cantora Preta Gil anunciou que tem câncer de intestino, após passar dias internada para identificar problemas de saúde. Esse é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre homens e mulheres, ficando atrás apenas dos de mama e próstata.





O Instituto Nacional do Câncer (Inca) prevê para os próximos três anos o aumento da taxa de incidência de casos de câncer de cólon e reto em 10,19% para homens, e 12,64% para mulheres.

Não canto, mas sou colega dela – também tive câncer de intestino, que consegui identificar e já ir diretamente ao especialista sabendo o que tinha. No meu caso, as fezes estavam saindo como bolinhas, o que pouca gente nota. Oncologistas explicam que além de detectar a doença ainda em estágio inicial, muitas vezes é possível evitá-la.

Hábitos não saudáveis contribuem para o aumento da incidência da doença. O câncer de intestino surge a partir de mutações genéticas. No entanto, pesquisas demonstram que em mais de 70% dos casos, essas mutações são ocasionadas por rotinas que não fazem bem à saúde, como fumar e beber, além de dietas desequilibradas, com elevados níveis de gordura animal e poucas fibras.





Fui me operar com Marcos Martins, a quem pedi para evitar a colostomia se o tumor estivesse tão baixo que necessitasse de outra saída. Ele foi positivo: “Se tiver uns cinco centímetros de intestino livre, consigo operar sem colostomia”.

Assim disse e assim fez – tirou o câncer, controlei por vários meses o não retorno do tumor. Mas tomei uma atitude que comoveu meus cuidadores: como quase morri fazendo o tratamento com quimioterapia, parei na terceira seção para não morrer.

Meu raciocínio era o lógico: posso até morrer de câncer. Não quero é morrer do tratamento. Me deram 15 dias para me recuperar – e não voltei mais. Deus ajudou, e estou aqui.

O especialista que atendeu a cantora fez algumas recomendações que devem ser conhecidas por todos. A população precisa ficar atenta aos sinais do corpo, com o intuito de realizar a investigação adequada, conforme orientação médica. Porém, o médico ressalta que todas as pessoas, mesmo sem queixa relacionada ao aparelho digestório, devem realizar colonoscopia preventiva a partir dos 45 anos.





“Esse exame possibilita a identificação de pólipos que geram a maior parte dos casos de câncer colorretal. Eles devem ser retirados para evitar o desenvolvimento de um câncer no futuro”, complementa.

Sintomas que parecem simples merecem atenção, como alterações intestinais (diarreia ou prisão de ventre), dores ou desconforto abdominal, perda de peso sem causa aparente, fraqueza, anemia e alteração no formato das fezes.

O diagnóstico é feito, geralmente, por meio do exame histopatológico realizado no material retirado na biópsia do tumor via colonoscopia.

“Confirmado o diagnóstico, procede-se ao chamado estadiamento, quando outros exames serão realizados (tomografias, exames de sangue) e, de acordo com os achados, o tratamento será determinado. O tratamento varia de cirurgia a quimioterapia, ou uma associação de ambos”, menciona o médico, destacando que, geralmente, o processo é definido por equipe composta por vários especialistas, entre cirurgiões, oncologistas clínicos e patologistas, entre outros.





Cada caso tem complexidade diferente e caberá ao time de especialistas escolhido definir a melhor programação terapêutica.

A prevenção é a peça fundamental. Para que isso ocorra, ele dá algumas dicas de hábitos saudáveis que devem ser adotados no dia a dia. Os dados do Inca indicam que a adoção das práticas pode evitar até 37% dos casos. Confira:

.Evite bebidas alcoólicas
.Tenha alimentação rica em vegetais
.Diminua o consumo de carnes vermelhas
.Busque manter peso corporal saudável
.Mantenha uma vida ativa, executando atividades físicas
.Evite carnes processadas