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ANNA MARINA

Aprenda a lidar com a insônia e melhore a qualidade de sua vida

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Para muitos brasileiros, dormir as indicadas oito horas é missão impossível, seja por conta dos estresses do dia a dia, dos maus hábitos ou do uso excessivo de medicamentos. Em 2021, a Associação Brasileira do Sono (ABS) apontou que 73 milhões de brasileiros sofrem de insônia, doença que, além de prejudicar a noite de sono, traz consequências para o cotidiano.





“A insônia é doença classicamente associada com sintomas noturnos. Apesar disso, os sintomas se estendem além da noite e repercutem durante todo o dia. Uma noite ruim de sono pode trazer impactos significativos na vida da pessoa, como dificuldade na atenção, maior propensão a erros, instabilidade do humor, fadiga e sonolência excessiva diurna”, afirma a neurologista Caroline Pegoretti, especialista em sono do Hospital Santa Catarina – Paulista.

A insônia pode ser aguda ou crônica, a depender da duração dos sintomas. Quando permanece além de três meses, chamamos de crônica. Na maioria dos casos, vem acompanhada de estresse, depressão, ansiedade, uso de medicamentos de forma incorreta e, sobretudo, maus hábitos do sono.

“Após o diagnóstico de insônia crônica, é preciso fazer avaliação médica detalhada para rastreio de outras doenças que podem estar contribuindo para o quadro, pois o sucesso do tratamento vai depender do tratamento desses possíveis contribuintes. Isso vale tanto para doenças clínicas quanto psiquiátricas”, explica a neurologista.





Na menopausa, por exemplo, há redução do estrogênio, hormônio relacionado ao controle da ovulação e do desenvolvimento de características femininas. Os principais sintomas são ondas de calor, irritação e oscilações no humor, que, somados ao aumento de peso, podem acarretar a piora no sono. Em 2021, o Instituto do Sono mostrou que seis em cada 10 mulheres com menopausa têm insônia.

O uso de celular, tablet e TV é outro problema. A luz emitida pelos aparelhos dificulta a produção da melatonina, hormônio fundamental para o sono. Há também a interatividade, que não deixa o corpo descansar.

“O uso de dispositivos eletrônicos no período noturno faz com que nossos olhos captem mais luz, nos levando a crer que deveríamos ficar acordados, tal como ocorre durante o dia. No caso das mídias sociais, temos um outro fator, a distribuição massiva de conteúdo. Se próximo ao horário de dormir as pessoas buscam por vídeos ou distrações que prendem a atenção, fica mais difícil relaxar e, aos poucos, deixar o corpo entrar no período de repouso”, explica a médica.





Mexer no celular antes de dormir é prejudicial e pode contribuir para o aumento da insônia no futuro, especialmente no caso dos jovens, adverte Caroline Pegoretti.

Outro fator é a ansiedade, que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), afeta cerca de 18 milhões de brasileiros, incluindo jovens, faixa etária que costuma não ter insônia.

“A mente da pessoa ansiosa não para. Está sempre pensando em tarefas futuras, no que precisa ser feito, e isso é ruim, pois criam-se gatilhos que podem levar a quadros de depressão, ansiedade e insônia, além do comprometimento psicológico e físico muito grande”, explica a psicóloga Giovana Lenzi.

Insônia e ansiedade geralmente andam juntas, mostra estudo do Vigilantes do Sono, programa digital de terapia cognitiva-comportamental para insônia no Brasil. Em 2022, foram entrevistados 42 mil brasileiros e 52,9% estão insatisfeitos com o sono, enquanto 47,5% disseram ter sintomas de ansiedade.

A insônia crônica tem várias possibilidades de tratamentos medicamentosos e sem o uso de remédio. Em todos os casos, recomenda-se a adoção de bons hábitos de higiene de sono, como alimentação saudável, menor ingestão de bebidas estimulantes, prática regular de exercícios físicos, diminuição do tempo de exposição às telas de dispositivos eletrônicos antes de dormir (cerca de duas horas antes) e estabelecer horários regulares de dormir e acordar.