A tireoide produz hormônios que regulam o humor, o metabolismo, os níveis de energia, a temperatura corporal, a frequência cardíaca e a pressão sanguínea. O hipotireoidismo ocorre quando a glândula não está produzindo hormônios suficientes para atender às necessidades do corpo.
Um dos principais processos que esses hormônios ajudam a regular é o metabolismo, aquela palavra mágica que todos conhecemos devido à sua conexão com dieta e perda de peso. Pessoas com hipotireoidismo tendem a se sentir cansadas e simplesmente não têm muita energia, tornando o exercício muito mais difícil. Com metabolismo reduzido e a perda da energia de que você precisa para se exercitar, os quilos podem se acumular rapidamente.
Apesar de levar a “culpa” pelo ganho de peso, não são os distúrbios na tireoide a razão dos quilos a mais. O nutrólogo e endocrinologista Ronan Araujo comenta que mesmo que o hipotireoidismo reduza levemente o metabolismo e a disposição, já é bem documentado que o ganho de peso relacionado à doença é baixo, entre 2kg e 3kg, boa parte devido ao edema (inchaço).
“Uma das principais razões pelas quais as pessoas não conseguem perder peso é o estilo de vida. Muitos apontam a genética ou outros aspectos, mas é simplesmente uma questão de mudar hábitos. É importante tratar o hipotireoidismo em caso de diagnóstico positivo, mas também olhar para a rotina e estilo de vida de maneira global para explicar a dificuldade em perder peso”, afirma Araujo.
Dicas simples como evitar alimentos gordurosos, fazer exercícios e dormir bem são fundamentais para quem quiser perder peso. É primordial a realização de exames e acompanhamento médico para a abordagem individualizada. Previne-se, assim, o efeito sanfona, mantendo-se resultados a longo prazo.
A melhor maneira de gerenciar o ganho de peso do hipotireoidismo é controlar a condição. Se você acelerar o metabolismo, o peso não deve continuar aumentando.
Além de tomar a medicação para tireoide, você pode ajudar a melhorar a função da glândula optando por uma dieta mais balanceada. Tente comer frutas em vez do lanche pouco saudável. Troque a sobremesa de alto teor calórico por uma opção de baixa caloria. Veja a seguir alguns alimentos que podem ser aliados nesta dieta:
Os ácidos graxos ômega-3 encontrados em peixes gordurosos como salmão selvagem, truta, atum ou sardinha, diminuem o risco de doenças cardíacas. O hipotireoidismo não controlado pode aumentar o risco de doença cardíaca devido a níveis mais altos de lipoproteína de baixa densidade (LDL), o colesterol “ruim”.
Nozes são grande fonte de selênio e também o lanche que você pode levar para qualquer lugar. Elas vão bem em saladas ou refogados. Castanhas-do-pará, nozes de macadâmia e avelãs são recomendadas. Uma observação: as nozes podem interferir na absorção do hormônio tireoidiano, portanto, evite comê-las ao mesmo tempo em que toma o medicamento.
Grãos integrais ajudam a aliviar a constipação, sintoma de hipotireoidismo. Cereais, pão, macarrão e arroz, além de terem fibras, são ricos em nutrientes, o que pode ajudar na regularidade intestinal. No entanto, a fibra pode interferir nos hormônios tireoidianos sintéticos. Se você optar por grãos integrais, a recomendação é tomar a medicação para tireoide várias horas antes ou depois de comer alimentos ricos em fibras alimentares.
Frutas e legumes frescos ajudam a controlar o ganho de peso. Inclua-os em cada refeição, se possível. Mirtilos, cerejas, batata-doce e pimentão verde são ricos em antioxidantes, nutrientes conhecidos por reduzir o risco de doenças cardíacas.
Pessoas com hipotireoidismo devem limitar a ingestão de vegetais crucíferos, como brócolis e repolho, a 140g ao dia, pois eles podem bloquear a capacidade da tireoide de absorver iodo, essencial para o funcionamento normal desta glândula.
A vitamina D é essencial à dieta da tireoide. Na verdade, ela foi considerada por cientistas um hormônio esteroide. Assim, conta com ação em outros hormônios, inclusive os hormônios da tireoide. Estudo publicado em 2018 pelo Indian Journal of Endocrinology and Metabolism aponta que suplementos de vitamina D melhoraram os níveis de TSH em indivíduos com hipotireoidismo, bem como os anticorpos tireoidianos em pessoas com tireoidite autoimune.
O feijão é rico em nutrientes e pode ser benéfico para o hipotireoidismo. Ele contém proteínas, antioxidantes, carboidratos complexos, vitaminas e minerais essenciais. Além disso, é rico em fibras, o que pode ajudar a tratar os sintomas do hipotireoidismo.