Nos últimos anos, tornou-se extremamente importante a mudança de hábitos para manter a saúde e driblar doenças, principalmente durante e após a pandemia do coronavírus, que abalou o mundo. É sabido que o modo como levamos a vida interfere no funcionamento do nosso corpo, porém muitas pessoas não imaginam que também afeta diretamente a fertilidade, tanto para prejudicar ou potencializá-la.
Atualmente, cada vez mais homens e mulheres estão priorizando as profissões, escolhendo tornarem-se pais de forma tardia. As funções biológicas dos órgãos reprodutores de homens e mulheres têm ações fundamentais para alcançar o sucesso de uma gestação saudável e condições como idade e hábitos saudáveis também são importantes para esse acontecimento.
Para explicar os fatores que influenciam na fertilidade, Matheus Roque, médico especialista em reprodução assistida, aponta informações relevantes sobre esse tema. O especialista afirma que após um ano de tentativa, o casal que não conseguiu engravidar, mesmo mantendo relações sexuais frequentes, deve procurar auxílio médico.
Em caso de mulheres acima dos 36 anos, uma avaliação do casal deve ser realizada após seis meses de tentativa sem sucesso. Segundo Roque, esses sinais indicam infertilidade, doença que acomete 8 milhões de pessoas no Brasil e que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 186 milhões de pessoas no mundo.
Em cerca de 10% a 15% dos casais que apresentam infertilidade não há uma causa encontrada para o quadro. Já sobre casais que descobrem, um terço é relacionado a fatores masculinos, um terço a fatores femininos e o terço restante de uma associação desses fatores. As principais causas da infertilidade feminina são divididas em: alterações tubárias, alterações na ovulação, alteração no útero, endometriose e idade da mulher.
“Atualmente, um fator muito importante tem relação com a idade. As mulheres estão retardando cada vez mais a gestação, fazendo com que diminuam as chances de gravidez e aumentem os riscos de aborto. Isso ocorre por uma diminuição na quantidade dos óvulos com o avançar da idade da mulher”, aponta o especialista.
A maioria dos fatores associados à infertilidade masculina são desconhecidos, seguidos de varicocele, hipogonadismo e infecções urogenitais, entre outros. O espermograma é um exame primordial na avaliação da infertilidade conjugal. “O espermograma deve ser realizado após um período de abstinência de dois a sete dias, segundo recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Também é importante frisar que o exame não é um atestado de infertilidade ou de esterilidade, mas serve para direcionar qual a melhor forma de tratamento para o casal”, ressalta o médico. Priorizar alguns hábitos saudáveis também são requisitos importantes que podem ajudar a preservar a fertilidade de homens e mulheres.
A boa saúde está totalmente voltada para a forma como as pessoas se alimentam. Para aumentar a fertilidade, os alimentos recomendados são os que ajudam a produzir hormônios ligados à sexualidade. Incluir no cardápio uma grande variedade de frutas, legumes e vegetais, além de alimentos ricos em ômega 3 e selênio, como peixes, ovos e sementes, são importantes para a saúde por conterem ácidos graxos que cuidam dos órgãos reprodutores.
O consumo de álcool pode interferir na fertilidade dos homens, prejudicando a produção de esperma, baixando os níveis de testosterona e causando disfunção erétil. Mulheres que estejam tentando engravidar também são indicadas a evitar o consumo desse tipo de bebida, pois os efeitos do consumo de álcool permanecem no organismo até um período após ser ingerido e podem causar algum problema durante a gestação.
O cigarro interfere diretamente quando a questão é fertilidade feminina e masculina, pois altera a quantidade de óvulos e de espermatozoides. Por isso, recomenda-se largar o cigarro para preservar a fertilidade e conseguir engravidar. Cafeína em excesso, na mulher, afeta a produção de óvulos, alterando os níveis hormonais, assim como nos homens, diminuindo a produção de esperma e hormônios reprodutivos.
Estar abaixo ou acima do peso pode diminuir as chances de gravidez. Estudos mostram que para a mulher é mais difícil engravidar estando muito magra ou com sobrepeso; esse último fator pode ocasionar hipertensão ou diabetes gestacional. Nos homens, o peso interfere na contagem e na qualidade do esperma. Além do mais, o excesso de gordura corporal pode interferir nos hormônios reprodutivos, o que prejudica a fecundação do óvulo.