Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Moda de luxo italiana comemora bons resultados em 2022

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As marcas italianas brilharam em Milão na última semana, apresentando coleções femininas outono-inverno 2023-2024 em ambiente otimista, embora de cautela depois de um ano de recordes de vendas. A Semana de Moda teve início na quarta-feira passada com os grandes desfiles de Fendi, Roberto Cavalli e Etro. A programação incluiu cerca de 70 desfiles e 29 eventos culturais.




 
A Fendi exibiu coleção caracterizada pela tensão entre o mundo punk e o mundo tradicional. As peças tinham cortes inspirados no vestuário masculino e elementos de aventais ou uniformes. Com sobreposições de renda, há toques de fetiche, como lingeries e botas de cano alto com cadarço.
 
“É desconstruído, mas luxuoso. Há uma pequena referência ao punk e minha admiração pelo DIY (faça você mesmo, na sigla em inglês), mas evoluí para algo chique”, explicou Kim Jones, diretor artístico de moda feminina da Fendi.
 
Paralelamente aos desfiles, exposições marcaram o ritmo das noites na cidade italiana, como a do artista americano Bill Viola, no Palácio Real, e a do fotógrafo francês Guy Bourdin, no Museu Armani/Silos.




 
Kim Kardashian voltou a participar de um evento organizado pela Dolce&Gabbana para celebrar a exposição Ciao Kim, com a curadoria dela.
 
Miuccia Prada e Raf Simons revelaram sua nova coleção para a Prada na sede da fundação da casa milanesa. Foram seguidos por MM6 Maison Margiela, Emporio Armani e Moschino. Tod's abriu os desfiles de sexta-feira, no Hangar Bicocca, seguido por Gucci e Jil Sander. No dia seguinte, foi a vez de Dolce&Gabbana, Ferragamo, Missoni e Bottega Veneta. Giorgio Armani fechou a temporada com sucesso no domingo.
 
Apesar do conflito na Ucrânia e do contexto marcado por inflação e crise energética, as marcas de luxo anunciaram resultados recordes em 2022. A LVMH, dona das italianas Fendi, Bulgari e Loro Piana, registrou 79,2 bilhões de euros (R$ 433 bilhões) em vendas, 23% a mais do que em 2021.
 
O grupo Kering anunciou lucro líquido de 14%, de 3,6 bilhões de euros (R$ 19,7 bilhões) em 2022. Os números do ano passado apresentados pela Câmara Nacional da Moda Italiana confirmam que a indústria do país resistiu à pressão econômica.
 
Este ano de 2023 começou com um sentimento de otimismo, mas o setor prefere se manter cauteloso. As empresas ainda sentem o golpe de ter absorvido aumentos de preços para evitar repassá-los ao consumidor final.
 
“Diante do aumento dos preços na cadeia de abastecimento da ordem de 7,1%, os preços faturados ao consumidor subiram apenas 1,5%”, destacou o presidente da Câmara Nacional da Moda, Carlo Capasa, em entrevista coletiva. O volume de negócios do setor deve crescer 4% este ano, contra 18% em 2022.