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Estado de Minas ANNA MARINA

Chef pipoqueira Natalia Lage dá lição de empreendedorismo

Mineira de Santa Bárbara, ela desenvolveu receitas de pipoca gourmet, atende empresas, ensina seu método para outras mulheres e tem alunas até no exterior


11/03/2023 04:00 - atualizado 11/03/2023 03:02

Natalia Lage sorri diante de pipocas que ela joga para o alto
Natalia Lage, neta de pipoqueiro, modernizou o ofício do avô com suas pipocas gourmet (foto: La Bella Gourmet/reprodução)

Vez por outra, o e-mail coloca em nossas mãos histórias curiosas, como a desta mineira que foi à luta. Repasso o texto para os leitores:

“Natural de Santa Bárbara, interior de Minas Gerais, a chef pipoqueira Natalia Lage, fundadora da La Bella Gourmet, teve contato com o universo da pipoca desde muito nova por conta de seu avô paterno,  seu José Geraldinho da Silva, pipoqueiro na cidade. Ele criou a família exclusivamente com a renda das pipocas.

'A minha paixão pela pipoca veio de um elo de afetividade e ligação familiar. Isso me tornou a empresária que sou hoje. Já veio no DNA', conta a chef. Aos 12 anos, Natalia iniciava sua jornada de empreendedorismo, vendendo bombons e pralinés na escola.

A mão na massa com a pipoca começou na faculdade de direito, em Belo Horizonte. 'Engravidei durante o curso e fazia estágio em um escritório. Por conta dos sintomas da gravidez, tinha sono e perdi a vontade de continuar no estágio. Pedi demissão, mas precisava de renda extra para me formar e depois focar na minha carreira como advogada. E foi aí que tudo começou.'

Em uma busca rápida no Google por doces gourmet, a primeira coisa a aparecer foi a pipoca gourmet de Leite Ninho. Fez alguns saquinhos e levou para as amigas na faculdade. Todas adoraram e dali em diante as vendas começaram. Em pouco tempo, surgiram encomendas e o cardápio de sabores se diversificou.

'Passava de sala em sala vendendo as pipocas, nunca tive vergonha. Sempre alguém me olhava com um ar de desprezo, do tipo lá vem a menina da pipoca. Nunca me incomodei, queria mesmo era ganhar o meu dinheiro', conta.

O pessoal da faculdade insistia para a criação das redes sociais da marca. Natalia iniciou as páginas da La Bella Gourmet no Facebook e no Instagram. Começaram a surgir oportunidades de parcerias com blogueiras regionais e a participação em eventos que levaram a marca a ter visibilidade.

'As pessoas começaram a me seguir no Instagram e interagir nas minhas publicações. Decidi dar as caras nas redes e comecei a testar outras milhares de receitas. Foi então que desenvolvi a minha própria metodologia de fazer pipoca gourmet, pois quando comecei, lá em 2016, não tinha curso e quase ninguém fazia pipoca. La Bella Gourmet foi um divisor de águas.'

A doceira estava o tempo todo nas redes sociais, postava eventos e dicas, além de experiências negativas e positivas do negócio (…). Atendeu empresas como Bradesco, Anacapri, Globo Minas, CVC Viagens, TIM, Portobello Revestimentos, Oracle, Rodobens Toyota, Clamper, Salesforce, VLI Logística e Direcional Engenharia.

Em 2020, com a pandemia, pessoas mandavam mensagens perguntando se ela não ensinaria a fazer e vender pipoca gourmet. O desemprego batia forte. E assim nasceu o método exclusivo La Bella.

'Me tornei referência de mulher empreendedora, que influencia outras mulheres a terem renda extra ou a ter a profissão de pipoqueira e pagar contas pesadas de casa. Tive alunas que saíram da depressão com meu curso', diz.

A chef criou um curso de farinha de pipoca, ensinando a reaproveitar o produto descartado no processo de seleção. A sobra vai para o liquidificador e se transforma no ingrediente de receitas de brownie, bolo de cenoura, farofa crocante, cupcake, torta salgada (…).

Natalia mantém um e-commerce que vende produtos e utensílios para pipoqueiras. Passou a ter sua própria equipe de marketing e outras oportunidades surgiram, como participação nas principais feiras de confeitaria do Brasil (...) Tem alunas nos Estados Unidos, Austrália, Suíça, Canadá, Colômbia, Portugal, Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela e Paraguai.”

Achei esta história o maior barato. Até queria ser aluna dela para aprender a fazer praliné, aquela delícia de amendoim que só pipoqueiro vende.

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