Dia desses, não sei bem a razão, resolvi tomar uma Coca-Cola, aquelas latinhas pequenas. E numa retrospectiva de memória, lembrei-me do dia em que o refrigerante, muito anunciado nos Estados Unidos, chegou ao Brasil. Não consegui me lembrar das datas, só me lembro que ele seria vendido na Casa Sloper, uma das mais chiques da cidade, que ficava na Afonso Pena.
Parece incrível, mas a fila que se formou começava dentro da loja, atravessava a Afonso Pena e descia a Rua da Bahia. Dezenas de pessoas esperavam pacientemente na fila para provar o refrigerante que era a cara dos EUA. É claro que fiquei na fila, mas até hoje não sei se valeu a pena. Estava mais acostumada ao sabor do guaraná, refrigerante que, naquele tempo, passou a ser comparado com velhice.
Sei que com o passar dos tempos, beber muito refrigerante foi ligado à osteoporose, aquela fragilidade que dá nos ossos. E para exemplificar a teoria, está sendo usada a figura de José Neto, um jogador de Free Fire, de 21 anos, que costumava beber três litros de refrigerante e um litro de café todos os dias, além de energéticos. Ele conta que até chegou a substituir a água pelo refrigerante para manter-se acordado enquanto jogava durante 18 horas por dia para se manter no topo do ranking global.
Porém, esses hábitos prejudicaram sua saúde e ele foi diagnosticado com osteoporose. Antes de se tornar um jogador profissional, Neto costumava praticar exercícios e cuidar da saúde, mas devido à rotina de gamer adotou um estilo de vida sedentário, com má alimentação e falta de exposição à luz solar, o que o levou a graves consequências.
O médico nutrólogo e endocrinologista Ronan Araujo explica que a osteoporose é uma condição médica em que os ossos se tornam frágeis e quebradiços, aumentando o risco de fraturas ósseas. A osteoporose é causada por uma perda de massa óssea e uma deterioração da estrutura óssea, o que torna os ossos mais suscetíveis a fraturas. Algumas causas comuns de osteoporose incluem:
1. Envelhecimento: a perda de massa óssea é natural ao envelhecimento.
2. Gênero: as mulheres têm maior probabilidade de desenvolver osteoporose do que os homens, especialmente após a menopausa.
3. Histórico familiar: pessoas com histórico familiar de osteoporose têm maior risco de desenvolver a doença.
4. Nutrição inadequada: uma dieta pobre em cálcio e vitamina D pode aumentar o risco de osteoporose.
5. Inatividade física: a falta de exercício físico pode levar à perda de massa óssea e enfraquecimento dos ossos.
6. Tabagismo: fumar pode afetar a absorção de cálcio e reduzir a massa óssea.
7. Consumo excessivo de álcool: o consumo excessivo de álcool pode afetar negativamente a saúde óssea.
8. Medicamentos: certos medicamentos, como corticosteroides e anticonvulsivantes, podem aumentar o risco de osteoporose.
9. Doenças e condições médicas: certas doenças, como artrite reumatoide e doença inflamatória intestinal, podem aumentar o risco de osteoporose.
“O consumo excessivo de refrigerantes está associado à osteoporose, pois os refrigerantes são ricos em açúcares, cafeína e ácido fosfórico. O ácido fosfórico é um ácido que é adicionado aos refrigerantes para dar sabor e aumentar a vida útil do produto. Esse ácido pode interferir na absorção de cálcio pelo organismo e promover a excreção de cálcio pela urina, o que pode levar à perda de massa óssea.” destaca Ronan Araujo.
E como os refrigerantes são ricos em açúcares, leva muitas ve
zes ao ganho de peso. O excesso de peso coloca mais pressão sobre os ossos, o que pode levar à deterioração e enfraquecimento deles. A cafeína presente nos refrigerantes pode causar uma perda de cálcio na urina, o que pode contribuir também para a osteoporose. O consumo excessivo de refrigerantes pode estar associado a uma dieta pobre em nutrientes importantes para a saúde óssea, como cálcio e vitamina D. Esses nutrientes são essenciais para a formação e manutenção dos ossos saudáveis.
“Embora o consumo de refrigerantes por si só não cause a osteoporose, ele pode contribuir para essa condição médica ao afetar a absorção e excreção de cálcio, levar ao ganho de peso e contribuir para uma dieta pobre em nutrientes importantes para a saúde óssea. É importante, portanto, limitar o consumo de refrigerantes e manter uma dieta equilibrada e rica em nutrientes para manter a saúde óssea ao longo da vida”, finaliza Ronan Araujo.