A coluna de hoje (28/4) é assinada por Anne Garcia, empresária ítalo-brasileira, estilista e influenciadora:
“A chegada dos filhos a uma família representa uma importante mudança em todos os aspectos. Tive o meu primeiro filho aos 17 anos e vi todos os meus planos mudarem drasticamente, fiquei madura repentinamente e fui forçada a ter mais responsabilidade. Contudo, a chegada do meu filho também foi o gatilho para a realização dos meus sonhos, para conquistar todo o mundo para ele. Em relação ao meu segundo filho, foi mais tranquilo, eu estava mais madura e tinha consolidado uma carreira. Estava em uma fase muito frenética e eu preferi parar tudo e me dedicar mais ao meu lado materno. Foi – sem dúvida – a melhor escolha que eu fiz.
Leia Mais
Exercício físico é sinônimo de saúde. Lute contra a preguiçaPesquisa mostra como o celular domina a vida do homem modernoNão consegue ter filho? Cuidado com a desinformação sobre a infertilidadeDireito a indenização por abandono afetivo prescreve após três anosLivro 'O menino que desenhou Auschwitz' retrata as atrocidades nazistasSegundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a construção de uma sociedade produtiva e próspera está diretamente relacionada com o investimento realizado nos primeiros anos de vida das crianças, mais especialmente nos três anos iniciais, incluindo a gestação. É neste período que se estabelecem as bases do desenvolvimento físico, intelectual e psicossocial da criança e que oferecerão condições para que se torne um adulto capaz de conduzir com autonomia e prosperidade a sua vida.
Ainda segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, este processo é, em parte, decorrente da determinação genética herdada pelo pai e mãe. Entretanto, após o nascimento, a criança passa a estabelecer um relacionamento pessoal com seus cuidadores, que na maior parte das vezes são os próprios pais. É justamente este ambiente familiar que promoverá e facilitará o estabelecimento dos vínculos iniciais do bebê.
No meu ponto de vista, ser mãe e ter uma carreira ao mesmo tempo não é algo fácil, é uma rotina cansativa. Por vezes, a maternidade limita as escolhas profissionais, tendo em vista que qualquer escolha a ser tomada como, por exemplo, uma viagem profissional, envolve o lado materno. Já perdi um trabalho muito importante e também fui recusada em um concurso de beleza na Itália por ter um filho.
Sei também que não é uma tarefa fácil para as mães estarem 100% presentes na educação dos filhos, e não se culpe por isso. Todos sabem, ou deveriam saber, da complexidade em conciliar a maternidade com a vida profissional, que – muitas vezes – são impactadas com influências 'externas' e pessoais. Para equilibrar a rotina, eu organizo tudo conforme os horários do meu filho, uma dica que dou para as mães que – como eu – estão nessa dupla jornada, é criar laços com as mamães da escola em que o filho estuda, assim, conseguem se ajudar entre si. Estou falando de criar uma rede de apoio. Pense que, quando necessário, uma busca o filho da outra na escola e este suporte não faz bem apenas para as mães, os filhos também aproveitam para brincar e interagir mais com outras crianças.
O elo entre mãe e filho é algo forte, acredito que não tem como uma mãe desapegar de seu filho. Na minha concepção, normalmente é o filho que se desapega da mãe, no meu caso finjo desapego para que eles se sintam seguros de si e confiantes, mas estou ali o tempo todo 'espiando'. Proteger os filhos é algo que os pais desejam fazer para sempre, mas é preciso deixar que os filhos tomem as suas próprias decisões. Eu aposto muito no diálogo com os meus, essa troca é maravilhosa, pois um entra no universo do outro.
Um conselho que dou aos futuros papais é pensar bem antes de colocar uma criança em sua rotina, tendo em vista que é uma responsabilidade sem volta. Educar é uma tarefa árdua. Educar é um trabalho constante, uma responsabilidade sem fim. Por outro lado, não existe nada melhor que um filho. Amor mais puro não há! Um filho enche a nossa vida de alegria.”