Jornal Estado de Minas

ANNA MARINA

Livro 'O menino que desenhou Auschwitz' retrata as atrocidades nazistas

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Amanhã é 30 de abril. Nesta data, em 1945, Adolf Hitler cometeu suicídio em Berlim, enquanto os Aliados avançavam sobre a cidade. O acontecimento marcou a derrocada do regime nazista. Contudo, o fim global da Segunda Guerra Mundial só ocorreria mais para a frente, em 15 de agosto de 1945, com a rendição do Japão.





Poucos dias antes do suicídio de Hitler, em 11 de abril de 1945, o jovem Thomas Geve, de 15 anos, foi libertado de Buchenwald depois de suportar por 22 meses a terrível vida dentro de três campos de concentração. A história de Thomas é contada, a partir de desenhos e palavras, no livro “O menino que desenhou Auschwitz” (Editora Alta Life).

Entro em detalhes sobre essa divulgação porque o tema é uma das leituras mais importantes para mim. Gosto de saber até onde chegou a abnegação da raça humana pelos nazistas. Nestes tempos em que me recupero da queda que levei, li pelo menos uns quatro livros sobre os campos de concentração. Recebi o texto de divulgação do novo título e passo aos leitores que, como eu, nunca conheceram ou conhecerão tragédia maior:

“Contra todas as probabilidades, um garoto de apenas 13 anos sobreviveu 22 meses em três campos de concentração. O livro 'O menino que desenhou Auschwitz' não é apenas mais um relato sobre a Segunda Guerra Mundial, mas, sim, uma história real, inspiradora e que reafirma o valor da vida.

Thomas Geve, o menino, relembra a época em que entrou pelos portões de Auschwitz-Birkenau, foi separado de sua mãe e teve de aprender a cuidar de si mesmo. Quando foi libertado, era um veterano com 15 anos de idade que sobrevivera ao terrível período do Holocausto e às tensões proporcionadas pelos nazistas.





Livre, mas fraco demais para sair, o menino sentou-se solitário à mesa do barracão e começou a desenhar. Com uma pilha de cartões da SS e lápis coloridos, criou mais de 80 desenhos, listas, esboços, e retratou em detalhes comoventes a vida dentro dos campos de concentração. Nos anos seguintes, Thomas conseguiu colocar também em palavras a história que vivenciou durante a Segunda Guerra. Juntou-as aos desenhos para montar o testemunho que originou 'O menino que desenhou Auschwitz'.
 
Judeus são 'desinfectados' por nazistas: humilhação e barbárie (foto: Thomas Geve/reprodução)
 

Thomas Geve narra um mundo repleto de medo, crueldade, perversidade e brutalidade ao qual os homens eram conduzidos pelo ódio e pela divisão. Ao mesmo tempo, mostra a vida daqueles que lutaram bravamente para se manterem vivos, com esperança e ânimo. De forma tocante, o autor revela que teve ajuda de algumas pessoas, inspiradas por suas liberdades internas, para manter a humanidade e demonstrar bondade, compaixão, apoio e graça aos outros.

'Na manhã seguinte, acordado pelo soar do alarme às cinco da manhã, descartei todos os meus distintivos e peguei o bonde para o distante cemitério. Quando trabalhei no cemitério Weissensee pela primeira vez, havia 400 adolescentes. Agora havia apenas seis trabalhadores que tinham sido poupados da deportação. Meu dever era dedicar todas as forças ao trabalho. Posteriormente, alguns 'meio judeus' se juntaram a nós; alguns outros jovens estavam entre eles. Embora de modo algum eu fosse o menor, ainda era o mais jovem. O trabalho era pesado, mas não poderíamos deixar os outros na mão com nossa ausência. Cavar as covas de 3m de profundidade tornara-se nossa rotina diária, normalmente fazendo até três por dia. De vez em quando, os montes íngremes de terra caíam, quase enterrando alguns de nós vivos. Então tirávamos a vítima, completamente coberta de uma terra escura e imunda. Era a parte divertida do nosso dia', relembra o autor.





Apesar dos eventos indescritíveis que experimentou, Geve traz uma voz poderosa e desenhos que ilustram experiências e aprendizados proporcionados pela tragédia. Uma obra para que as futuras gerações se inspirem e não voltem a repetir as atrocidades do passado.”

Sobre as aberrações nazistas, outro livro que li e, a esta altura da vida, esqueci o nome, mas gostaria de ler de novo, é o que relata o suicídio de Hitler e da amante. Foram enterrados em Berlim, em cova rasa, sobre a qual passou o Exército americano quando conquistou a cidade. 

Histórias como essas devem ser lidas e relidas para jamais serem esquecidas.