No último fim de semana, levada por um sobrinho para conhecer algumas lojas de produtos culinários em Nova Lima, tive agradável surpresa.
Tem uns 15 anos que não passava nem perto da cidade, onde costumava ir sempre para comer frango ao molho pardo no restaurante que funcionava perto do mercado, mas se mudou. Na semana passada, fui à inauguração da Verde que te quero Verde, que fica no limite BH-Nova Lima, e conheci algumas butiques que se mudaram para a região.
Adorei. Passeios largos com grama e flores, lojas abertas e arejadas. A região é coberta por prédios imensos, a maioria deles iluminada por lojas que ocupam o térreo.
Conheci uma loja que oferece todos os tipos de carne e outra que vende todos os tipos de produtos caros, importados ou locais. Na primeira, me entusiasmei bem com o leitão assado, que pode ser encomendado. Como estou acostumada com leitão, achei aquele oferecido lá um pouco pequeno para minha demanda. Mas o assado que provei é bem gostoso, leve.
Esta loja oferece também todos os tipos de carne de boi e de porco. Ao natural ou temperada, chegando em casa é só terminar. O lugar tem camarão VG já descascado e alguns outros poucos mariscos. Mas não tem lagosta, que sumiu do mapa – não é época dela.
Há alguns quebra-galhos bem interessantes, como os espetinhos de batata cozida enrolada em bacon cru. Na hora de servir, é só colocar no forno para esquentar e pururucar o bacon, como torresmo. Fica bem legal.
Tem também bacalhau – o dono informou que aquele de caixinha de que eu gosto, sem sal e já pronto para fazer, não colou por lá. Ninguém queria os de caixinha, só os de pesar. Deve ser por isso que bacalhau dessalgado não é encontrado nas mercearias. Melhor de tudo: as encomendas – inclusive o leitão assado – são entregues em casa.
Da loja de carnes e derivados fui levada a outra, que logo apelidei de “loja dos ricos”. Chama-se Domenico e tem estoque para agradar a todos que tiverem bolso recheado.
A primeira coisa que vi me deu o geral: uma garrafa de vinho tinto mineiro custa R$ 288. Como imaginei que isso fosse preço só de importados, aprendi que estou, mesmo, é defasada.
As viticulturas nacional e mineira produzem vinhos que enfrentam qualquer disputa.
A loja oferece tudo o que é bom – de chocolates à charcuteria. Tem queijos de todos os países, inclusive um Serra da Estrela que chega perto de R$ 300. Então, me lembrei de que, há mais de 50 anos, dei com meu costado na Serra da Estrela, em Portugal, para conhecer os queijos locais.
As ovelhas andavam soltas no meio da neve, eram recolhidas numa caverna para a retirada do leite e a produção do queijo, totalmente artesanal.
Consegui trazer alguns, quem comeu adorou. Por isso, tenho sempre alguns Serra da Estrela em meu freezer.
Além dos queijos, são vendidos salames, presuntos e todos os tipos de embutidos. Sem falar em especialidades italianas prontas, ou quase, como o risoto que precisa apenas de leve cozedura para ir à mesa.
Quando voltei, me arrependi de não trazer a massa em formato de conchinha, perfeita para ser recheada. Os molhos preparados lá e vendidos em potinhos transformam qualquer macarrão em uma especialidade total.
Sem falar na qualidade dos molhos e azeites, vários deles trufados, que não se encontram aqui em BH. Além dos salgados – bons para a gente terminar a semana bem ou receber em encontros dominicais –, a casa vende docinhos do tipo italiano.