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Estado de Minas ANNA MARINA

Paciente com distrofia muscular de Duchenne exige acompanhamento especial

Peso deve ser rigorosamente controlado. Caso contrário, a fraqueza muscular aumenta, com o comprometimento da movimentação do paciente, entre outros problemas


30/05/2023 04:00 - atualizado 30/05/2023 07:28
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Edu, personagem da Turma da Mônica com distrofia muscular, mostra cartaz onde está escrito cada passo importa
Edu, personagem da Turma da Mônica, foi criado por Mauricio de Sousa para conscientizar as crianças sobre a DMD (foto: Turma da Mônica/Mauricio de Sousa )


Acompanhar o peso e manter doses adequadas de medicamentos, além de exercícios e terapias adicionais, são cuidados que devem ser observados no caso de doenças consideradas raras. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), elas acometem 65 a cada 100 mil pessoas. Só no Brasil, esse grupo chega a 13 milhões de pacientes, sendo que a maioria das doenças (80%) é de ordem genética.

Um exemplo é a distrofia muscular de Duchenne (DMD), que tem como principal consequência a perda de massa muscular de forma progressiva. A necessidade de acompanhamento nutricional faz parte do tratamento multidisciplinar adequado para garantir bem-estar e qualidade de vida.

“Com o cenário de tendência ao aumento de peso, torna-se mais importante ainda que os pacientes diagnosticados com DMD façam o monitoramento e o controle de peso com frequência, principalmente para adequar a dose dos medicamentos de forma que ela se mantenha eficaz”, alerta a pediatra Ana Lúcia Langer. “Sem deixar de lado os exercícios e terapias adicionais, que fazem parte de todo o tratamento.”

O ganho de peso excessivo é prejudicial para pacientes com DMD, pois piora a fraqueza muscular por gerar maior esforço para os músculos que já estão fracos. Isso pode comprometer a movimentação, antecipando a necessidade do uso da cadeira de rodas.

Engordar pode prejudicar benefícios obtidos via tratamento com corticoides, além de aumentar o risco de desenvolvimento de escoliose (deformidade na coluna), provocar pressão alta e alterações na glicose sanguínea e no colesterol. O funcionamento do pulmão e do coração podem ser prejudicados.

“Sem contar que dificulta o transporte, a interação e o desenvolvimento psicossocial dos pacientes, interferindo no cuidado, especialmente após a perda da marcha, tornando as atividades diárias mais difíceis, afetando a qualidade de vida de toda a família ou da rede de apoio”, completa a doutora Ana Lúcia.

Crianças com distrofia muscular de Duchenne (DMD) necessitam de menor quantidade de calorias na alimentação para manter o adequado funcionamento do organismo, quando comparadas com crianças da mesma faixa etária sem a doença.

A especialista reforça que o estado nutricional do paciente requer acompanhamento contínuo. “Precisamos prevenir o aumento de peso para fugir da necessidade de dietas com restrições alimentares severas. Da mesma forma que não é bom ganhar peso, perder muito ou de forma rápida também faz mal, podendo piorar a fraqueza muscular. Temos sempre que proteger o músculo para garantir longevidade na mobilidade do paciente e mais qualidade de vida, por isso o cuidado em monitorar o peso, garantindo que as medicações utilizadas continuem a ser eficazes”, finaliza.

A distrofia muscular de Duchenne (DMD) é uma doença de base genética que causa fraqueza e perda de massa muscular de forma progressiva. Ligada ao cromossomo X, ela afeta os meninos. A alteração genética faz com que a proteína distrofina não seja produzida de maneira adequada. Na ausência desta proteína funcional, a musculatura se torna frágil e ao longo do tempo vai se degenerando.

O saldo final é a fraqueza, que impede o paciente de subir escadas, caminhar e movimentar os braços, ao longo da progressão da doença. Em fases avançadas, o comprometimento muscular é extenso, afetando inclusive a musculatura respiratória, o que pode acarretar distúrbios pulmonares com risco de morte, exigindo a necessidade de suporte ventilatório. Também há complicações cardíacas.

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